Na companhia do pagode com a balzaca

Durante a minha viagem conheci mulheres dos mais diferentes países e posso dizer sem puxa-saquismo que as brasileiras estão no top três, ao lado das espanholas (inteligentes e fogosas) e das russas (malucas e fogosas). Porém, encontrei poucas brasileiras no caminho e fiquei um ano sem comer empadinha.

Vocês podem imaginar como eu estava assim que coloquei o pé no Brasil. Claro, com saudades da família, amigos e feijoada, mas louco pra pular em uma brasileira.

E a primeira opção foi a Balzaca do pagode, que conheci no Tinder. Ela tem 34 anos e é um híbrido da “Mentira” com a “Miss legging”, porém do último tipo ela só tinha a calça legging.

No primeiro (e único) encontro, era um domingo a noite e como não havia o que fazer, convidei-a pra ir a um barzinho. A garota demorou pra ficar pronta, pois estava em um aniversário. Quando me enviou mensagem já eram umas 23:00. Resolvi apelar e colocar todas as fichas num fuck date, ou seja, chamei-a pra ver filme em casa. Ela topou sem hesitar.

Feliz com o custo de conversão baixo, fui busca-la. Eu devia ter suspeitado, a garota trabalha com edição de vídeo e aplicou suas habilidades nas fotos, mas ainda assim era pegável em um domingo a noite e na minha situação.

Já em casa, ofereci uma taça de vinho, no que ela respondeu que não bebia. Aqui já foi um sinal amarelo, compartilho o mesmo pensamento de Crumley: “Não confio em um homem que não bebe”. No caso, em uma mulher. Preparei uma limonada suíça (sim, ela pediu que eu deixasse a casca). ¬¬

Fomos lá assistir um filme na sala. Assim que acabou ela pediu para colocar uma música. Eu disse que ela podia escolher e ai a garota me enfiou um pagode. Até gosto de alguns pagodes, mas os atuais só tem música mela-cueca e tosca. Eu lá todo animado na cabeça de baixo e a de cima numa bad trip com a letra “Só do teu lado a emoção faz acelerar o meu coração…” cantada pelo “Thiaguinho”. Credo.

Começamos a nos beijar (um beijo horrível, sem língua), assim que esquentou a garota segurou a minha mão e me questionou onde eu estava indo. Pronto, noite perdida. Ela entrou numa onda de reprovar sexo casual, que não vê sentido em sair com alguém pra depois nunca mais ver na vida, etc. Eu ouvi tudo em silêncio, mas qualquer tentativa de formular uma resposta era interrompida por mais um protesto da garota e pelo Tiaguinho arrebentando no pagode e no meu ouvido.

Perdi a paciência, fechei o laptop pra calar Thiaguinho e fui claro com a garota. Ela estava no Tinder, colocou apenas fotos de corpo e sensualizando (ainda fui bonzinho de não falar que eram tratadas) e aceitou um convite pra vir pra minha casa, qual recado ela me dava?

A resposta? Ela disse que estava se sentindo no quadro do Pânico, quando aparece um monte de luva de boxe batendo na cara da pessoa. Aquela referência foi o ápice, achei melhor leva-la de volta pra casa antes que ela citasse alguma frase do Zorra Total.

Voltei pra casa e abri o computador pra escrever aquela enrascada. Como eu não tinha dado pausa no Youtube, Thiaguinho voltou a cantar automaticamente: “Quatro paredes é intimidade, é leite condensado no umbigo”. Não pude conter a risada com uma letra tão complexa, mas o Thiaguinho até que tinha razão. Levar alguém pra quatro paredes (nem que seja a da sala) requer o mínimo de intimidade. Provavelmente ela resolveu frear na hora que o beijo travou, pois eu não engoli a história do sexo casual.

Enfim, mais uma lição reaprendida. Na Cafa house agora só entra depois de alguma intimidade. Obrigado, Thiaguinho.