Sexta das leitoras – Timidez ou desinteresse?

“Atualmente tenho 27 anos – sou jornalista e faço pós graduação na área, mas sou apaixonada por gastronomia. Namorei durante 3 anos um cara com quem achei que poderia casar, mas o relacionamento era cheio de problemas. Ele me confessou, por exemplo, que jamais deixaria de morar com a mãe, o que pra mim jamais funcionaria. Terminei há alguns meses e desde então tenho conversado com novas pessoas e me sinto ótima. Saquei que vai precisar de um tempo para que todas as feridas fechem, óbvio, mas olhando fora da caixinha eu vi que não gostava mais tanto assim do meu ex e que estávamos juntos pelos motivos errados. Mas, de toda forma, não é dele que quero falar.

Cafa > Fez bem em sair dessa. Salvo raras exceções, homem que casa com a mãe assina atestado de fracasso. Amo meus pais, mas quando voltei de viagem tive que ficar alguns meses com eles. Por mais que seja legal ter mimos a todo momento e quase nenhum gasto, não é legal na casa dos 30 ter que dar satisfação dos meus passos e perder minha privacidade.

Conheci um cara quando ainda namorava. Ele é três anos mais velho, publicitário, chefia um setor da empresa onde trabalha, mora sozinho e fecha com o meu tipo (nerd/geek, excelente gosto musical, ama cinema, referências inteligentes na fala). Quando bati o olho quase não consegui disfarçar o interesse. Vale explicar que nunca rolou nada e eu só fui terminar meu relacionamento 1 ano depois disso.

Pois bem, agora solteira reencontrei o cara gracinha num pub que frequentamos e começamos a conversar mais. E cafa, a conversa flui que é uma beleza! Só tem um problema: o cara já deixou claro que não quer nada sério com ninguém.

Cafa > Estranho isso. “Não querer nada sério com ninguém” é o tipo de frase que só é dita quando o cara não tem interesse, tipo um fora delicado, quando a garota fica se insinuando muito. Se o cara curte a mulher, pra que queimar o filme antes se ele pode falar mais pra frente, depois que beijá-la/transar? Porém, há uma pequena chance dele ser MUITO sincero.

Ele diz que não quer fixar raízes na cidade, pois tem planos de ir embora (talvez até do país). E daí entra a parte que eu também não quero ficar na cidade. Aliás, por insistência dos amigos comecei um projeto que está crescendo bastante e pode ser meu passaporte para estudar gastronomia lá fora. Não hesitaria em mudar de área ou em me lançar em novas oportunidades e sempre senti que minha vida não é aqui (e pelas suas novas experiências, acredito que você me compreenda no lance profissional aliado com satisfação pessoal, achar seu lugar no mundo, etc).

Cafa > Compreendo perfeitamente, pois estou na mesma situação. Porém, mesmo envolvido com alguém, eu estabeleci objetivos pessoais e profissionais, que não mudam com uma relação, ainda que estivesse apaixonado. Talvez, além de sincero, ele seja muito romântico.

E vamos com calma. Por mais que tenha rolado afinidade no assunto, você não tem ideia de como é o cara na cama e na rotina. De repente não rola química nenhuma e na rotina você descobre que ele é cheio de manias e um mala.

Além disso, pode ser que o começo seja perfeito, mas sair do país e recomeçar a vida lá fora com outra pessoa exige um grau de intimidade que leva um tempo.

Só que o cara, embora tenha dado esses avisos, conversa frequentemente comigo pelo Whatsapp (mas não temos o perfil grude), não descola de mim no pub, já fez até um curso de desenho comigo e tomamos um cafézinho de duas hora e meia. Hahaha Para se ter uma ideia ele fez um design pra mim e não quis cobrar por isso. Ou seja, ACHO que ele está interessado. Eu também estou interessada. Mas nenhuma tentativa de beijo. Já tentamos marcar de nos encontrar, mas não rolou porque ambos tinham outros compromissos. Então, deixamos uma coisa em aberto do tipo “quando nós tivermos tempo…”.

Cafa > E por que depois de uma semana não tentou novamente? Normalmente eu faço três convites. Se no terceiro a garota dá mais uma desculpa e não sugere outra opção de data, é sinal que não está a fim.

Eu curto esse cara e ele já me confessou que é muito ansioso, que pensa demais no futuro e que isso breca vários relacionamentos dele, por medo de se envolver e as consequências disso.

Cafa > Novamente, é muito estranho o cara abrir esse tipo de detalhe contigo. Quando você está envolvido com alguém ou nessa fase de flerte, não se fala muito de defeitos.

É uma regra básica da publicidade, você pode ter um produto de merda, mas vai falar apenas das (poucas) coisas boas e omitir as ruins. O objetivo final é que o produto seja vendido, no caso que você “compre” o cara, mas se ele fica pontuando defeitos e problemas, é uma publicidade reversa para que você não o compre. Ele como bom publicitário, chefe de setor, deveria saber disso (ou pior, sabe).

Ele já namorou no passado, mas está há anos solteiro. Sinceramente, queria muito conhecê-lo melhor, ver se bate a parte física tanto quanto a intelectual e simplesmente ver o que acontece sem muita expectativa. Queria uma coisa leve, mas com conteúdo, com sentido. Não quero sair beijando vários caras escrotos (só beijei 1 depois do término). E essa pessoa tem muito em comum comigo, seria uma excelente companhia.

Agora ando especialmente perdida. Estava fora do mercado há anos e não tenho mais aquela malemolência do flerte. Sinto que tenho dificuldade de ler nas entrelinhas e morro de medo de avaliar errado algumas falas e atitudes dele. Por isso, peço uma ajuda. Como me comportar? Se demorar demais pode virar amizade? Se eu propor uma saída fica chato? Ele também já me disse que sou muito independente e que isso pode assustar algumas pessoas. Será que ele tem medo e não quer tentar algo antes de ter certeza? Timidez, falta de interesse?”

Cafa > Não tem essa de “demorar demais e virar amizade”, pelo visto desde o início só é amizade. Você me questiona “se eu propor uma saída fica chato” ? Vocês já se encontraram em café e no pub e o cara nunca deu um passo além, o que vai mudar se você convidá-lo pra sair? O cara é chefe de setor e publicitário, difícil ele ter um perfil tímido, romântico e sincero e não te atacar.

De qualquer forma, não acho que fica chato você sugerir uma saída. O que tem a perder? Você não vai atacar o cara, se ele tiver a fim, vai chegar em você; senão, a amizade segue.

________________________________________________________________________________________________

Quer mandar a sua história para a sexta das leitoras? Não posso garantir que responderei todas, mas se for algo interessante e resumido, as chances aumentam. É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com

Rapidinhas do Cafa – Parte 3

Leitora: Você falaria pra uma menina que estivesse muito interessado (pensando ate em namoro) que ela tem um bafo insuportável? Se sim, como falaria sem magoa-la?

Cafa > Que situação, hein? Eu já tive esse problema com uma ex-funcionária que tinha o bafo da mula. Eu não podia falar a real por medo de um processo e/ou da garota começar a chorar na minha frente. Criei um email falso e muito educadamente elogiei várias qualidades dela e disse que seria legal procurar um dentista, pois ela tinha halitose e isso poderia prejudica-la socialmente. Resolveu.

Leitora: o que os homens acham das mulheres que estão no tinder? Servem pra namorar ou só pra transar?

Cafa > 80% pra transar. O Tinder permite algo único na forma de conhecer as pessoas, te traz indivíduos que você raramente encontraria no seu meio social (sejam bares, baladas, clube, etc) e ai é bastante comum conhecer pessoas que não tem nada a ver com você. E ai fazer o que? Os Tinderellos comem uma vez a gostosona e depois abrem fora. É de graça, é fácil.

Leitora: Estou ficando com um cara que responde minhas msg no whatsapp até a parte do tudo bem, quando pergunto se vamos nos ver ele me ignora, só responde quando ele quer me ver. E quando a gente sai, sempre vamos pra casa dele transar. Típico caso de lanchinho? Como devo me comportar diante disso?

Cafa > Típico caso de última opção. Você deve ser comportar de acordo com o que quer pra você. Se está satisfeita em ser considerada apenas para sexo, siga adiante, do contrário passe a recusar esses booty calls.

Leitora: conheci um cara no tinder, saímos 2 vezes em um mês. Ele fica de contatinho, demonstra interesse e atenção, mas só de segunda a quinta, fim de semana ele some! ( é solteiro). Eu o convidei para sair e ele recusou mas continua com contatinhos. Como explicar esse comportamento? Se não esta a fim porque não some de uma vez?

Cafa > Simples, na opinião do cara você é uma garota pra sair durante a semana. O fim de semana ele reserva para amigos e/ou mulheres que estão na frente da lista. Claro, isso se ele realmente for solteiro.

Leitora: Sei que depende de alguns fatores, mas qual a hora “normal” de transar com um cara? Terceiro encontro mais ou menos?

Cafa > Depende de muitos fatores, a idade do cara, se ele é conservador, há quanto tempo vocês se conhecem, quais seus objetivos com ele, etc, etc. Um monte de leitora vai falar que a melhor hora pra dar é quando você quer. Seria uma resposta simples se você fosse transar com outra mulher, mas tem homem que é cheio de encanação. E normalmente os mais novos e conversadores vão esperar que você transe no segundo ou terceiro encontro. Homem mais velho não tem esse problema, mesmo porque uma garota com mais de 30 anos ficar regulando sexo é esquisito.

Leitora: Sobre motel, é comum o homem pagar a conta ou dividir?

Cafa > Acho que se o cara não tem dinheiro, não vai ao motel ou então economize pra ir. Deixar a garota com cara de mico dando o cartão para o porteiro sorridente do motel não é legal.

Leitora: Tenho 25 anos, sou formada em direito, tenho um bom emprego e tenho um filho (maravilhoso) de 3 anos, fruto de um relacionamento de sete anos, o qual rompi recentemente. Como vocês homens veem as mães solteiras? Você namoraria com uma?

Cafa > Que mãe acha o filho horroroso? Hehehe.

Em muitos casos os homens fogem de mães. São N motivos, a atenção é dividida com uma pessoa que não tem a mínima relação com o cara; a sua liberdade é reduzida; a sombra do pai está sempre por perto; e aquela coisa bacana de dividir a alegria de ter o primeiro filho não existe. Porém, já conheci homens que não dão a mínima pra isso, só não são maioria.

O que eu vejo bastante são mães expondo a sua situação até em fotos do Tinder ou em sua descrição. Ser mãe não é uma vergonha, mas é algo que deve ser contado caso o cara pergunte ou após uma conversa natural. Parece que há um desespero de mães solteiras de garantir que o cara saiba que ela é mãe. Se ele gostar de você, não vai ser um filho que atrapalhará.

Leitora: Como se transforma um cafa em p.a?

Cafa > Oferecendo algo além da cama. Encontrar sexo fácil e bom hoje em dia não é tão difícil com a quantidade de mulheres disponíveis nos aplicativos de ~paquera~. Para que ele a procure com mais frequência, você precisa ser mais que uma boa trepada. No meu caso, precisa ser agradável, engraçada, carismática, educada, culta, trabalhadora, carinhosa..Bom, é por isso que tenho quase nenhuma PB.

Leitora: Como lidar com a insegurança do cara sair sozinho com os amigos, mesmo você confiando que ele não vai trair? Na verdade, como se livrar desta insegurança já que você confia no cara

Cafa > Se ele quiser te trair, será em qualquer lugar, até no almoço do trabalho. As pessoas (sejam homens ou mulheres) precisam sair a sós com seus amigos(as). Isso faz um bem tremendo pra relação. O dia que ele quiser sair, você marca algo com suas amigas. Só não vai ficar enchendo o saco enviando mensagem a cada 30 minutos.

Leitora: O que é uma mulher de atitude pra você, na hora do sexo?

Cafa > Que não tem frescura e faz o básico (sem eu precisar pedir pra fazer oral, por exemplo), que não tem medo de pedir uma posição, sabe conduzir e ser conduzida. E principalmente, que age com naturalidade sem incorporar padrões e clichês pornôs.

Leitora: O que faz você perder o tesão na hora do sexo?

Cafa > Além das coisas básicas (como falta de higiene, moita, pelos onde não deve, etc), mulher que não demonstra ou finge prazer. A tradução disso é “ela tá achando uma merda” e ai o cara fica tentando fazer malabares na cama pra ver se a múmia vira o Munra (fui velho agora 🙁 ).

Leitora: Já pegou mulher que faz o tipo “gostosona”, mas na hora da transa não era essa “gostosura” toda?

Cafa > Você diz fisicamente, certo? Óbvio. Mulher tem vários truques pra esconder os pneus dentro do capô. Ai quando o carro vai pro desmanche, os pneus começam a saltar.

Leitora: Coisas que uma mulher jamais deve fazer quando vai pra cama com um homem

Cafa > Preocupar-se demais. Eu gosto de passar dicas por aqui, mas o sexo precisa de mente limpa e entrega.

Se desde que começou os amassos a garota fica pensando se vai chupar, como chupar, se o cara vai chupar, se ela está com a depilação em dia, se o cara vai achar que ela é uma biscate por querer ficar de quatro, etc, ela não se solta e ai compromete o sexo.

Digamos que o sexo seria uma prova de vestibular. Você não pega a prova e fica pensando na fórmula de Bhaskara, nos verbos de ligação, nos tipos de simbiose, nas regras de conjugação do verbo TO BE no passado contínuo. Você se apavora, fica nervosa e caga a prova. Se estudou bem, deixe as situações ocorrem naturalmente pra selecionar no momento certo o que fazer.

Leitora: Já aconteceu de você transar com uma mulher, gostar de ter passado a noite com ela e depois você entrou em contato, e ela não quis mais? ( não me refiro à lanchinho rs)

Cafa > Já sim. Não sou fodão não.

Leitora: Quais as principais coisas que uma mulher faz, que você perde interesse nela?

Cafa > Falta de assunto, futilidade, acomodação e baixa-estima.

Leitora: O cara eh cheio de amor pra dar pro meu lado, mas nunca marca o bendito encontro. Friendzone ou geladeira? ;/

Cafa > Impossível saber com tanta informação.

Leitora: Só pra atiçar (ou não): vc eh barbudo?

Cafa > Barba rala. Eu estava com muita cara de bom moço.

Leitora: Conheci dois caras pela internet, saí com os dois (em dias diferentes, claro. Rsrs) pareciam prestativos, fofos, ficamos, com nenhum dos dois rolou sexo e os dois desapareceram semanas depois, aos poucos, da mesma maneira. Devo achar que o problema sou eu?

Cafa > Estamos diante de uma estatística, né? A probabilidade que o problema seja você é maior que os dois juntos serem o problema. As possibilidades são inúmeras, você ser chatinha, suas fotos da internet não corresponderem a realidade pessoalmente, você ter bafo e por ai vai.

Leitora: Ser virgem é um problema?

Cafa > Não, só é meio sacal para homem experiente. Não dá pra colocar o brinquedo e ser feliz, é preciso de um tempo enorme de investidas, dedos e calma para a coisa entrar e você sentir prazer.

Leitora: Saí com um ex da faculdade e acabamos no motel, mas eu não podia transar naquele dia (mas eu queria ), ele sumiu, será que devo procura-lo? Mandar uma mensagem? Ou nem vale o esforço?

Cafa > Mas que diabos você vai fazer em um motel se não for transar? Molhar a bunda na jacuzzi e andar de pantufas? Se eu quero comer um sonho, não vou entrar na padaria e comprar Bubbaloo. Você fez merda e o cara deve ter ficado puto por ter pago o motel a toa.

Enfim, você não tem nada a perder. Manda mensagem pedindo desculpa por aquele dia, e que gostaria de compensar na próxima saída.

_____________________________________________________

Quer participar do próximo post? Envie sua rapidinha para cafa@manualdocafajeste.com

Diferença entre Canalha e Cafajeste

Atendendo a pedidos, vez ou outra recuperarei alguns posts antigos do blog.

Resolvi resgatar esse em específico, pois tenho recebido bastantes comentários dizendo que eu não sou um cafajeste. Concordo que a palavra é forte e prefiro a alcunha de “Cafa”, mas há uma confusão entre nós e os canalhas.

Vamos às principais diferenças:

1-) O canalha transa com uma garota e sai contando pra todos os seus amigos pra tirar vantagem e a descarta da sua lista. O cafajeste transa, conta só pra seus amigos mais chegados, mas mantém contato com a garota. Afinal ele pode precisar dos seus favores quando estiver na seca;

2-) O canalha sai beijando todas que vê pela frente na balada. É muito legal ficar disputando com os amigos quem beija mais (afinal seu cérebro parou de se desenvolver aos 14 anos de idade). O cafajeste escolhe uma só, a mais interessante. Fica com ela a noite toda, troca até contatos, porque se não sair do lugar pra transar com ela, vai transar num outro dia;

3-) O canalha não sabe tratar bem uma mulher. É grosso, mal-educado, destrata pessoas humildes ou empregados como prova de superioridade. Quanto menos ele gastar com uma mulher, melhor. O cafajeste sabe quando e que intensidade agradar. Compra chocolate, bichinhos-bonitinhos-de-pelúcia e leva a restaurantes bacanas, com o único objetivo de fazer a mulher se sentir valorizada e assim alcançar seu objetivo, sexo;

4-) O canalha é burro. Seu senso crítico limita-se a análise do gol mais bonito da semana ou de qual a mais gostosa do Big Brother. O cafajeste sabe se virar em qualquer assunto, se é necessário discutir sobre a moda da estação na frente de mulheres ele vira um estilista,  se a garota é fã de Chopin ele se torna um frequentador de concertos;

5-) O canalha adora aparecer. Estufa o peito na frente das mulheres, faz piadas prontas, é o amigão de todo mundo e só sabe contar vantagem. O cafajeste é discreto, ele não precisa de auto-promoção, o boca a boca é feito pelas próprias pessoas que estão ao seu redor. Ele se adapta ao ambiente de acordo com a ocasião;

6-) O canalha mente. O cafajeste omite;

7-) O canalha não sabe elogiar (ou xavecar, como se diz em sampa). Quando o faz é tão ruim que se torna uma cantada de pião, “uau, que gata!”, “que delicia”, “o la em casa”. O cafajeste sabe elogiar os pontos-chaves da mulher, “nossa, lindo o seu cabelo”, “que sorriso”, “você emagreceu?”;

8 -) O canalha não sabe cuidar de mais de uma mulher. Acaba confundindo nomes, esquece de falar com uma, dá mais atenção pra outra, e por ai vai. O cafajeste sabe tratar todas por igual, quando não está a fim de sair com uma ele liga ou manda uma mensagem “bonitinha” pra não perder contato. E mesmo que a mulher saiba que ele é um cafajeste, ele a faz crer que é especial e que pode rolar algo sério;

9-) O canalha deixa pista. Seu Facebook é cheio de fotos abraçando mulheres, no Instagram é um festival de foto de balada e marcas de bebiba, como se uma garrafa de Johnnie Walker qualificasse caráter. Seu celular está cheio de mensagens comprometedoras e vídeos sujos de alguma garota de 15 anos fazendo oral em um pirralho acéfalo que divulgou o vídeo na internet.  O cafajeste não deixa rastro, seu Facebook só tem foto com amigos e família, talvez uma ou outra garota, mas sem foto sugestiva. O Instagram possui fotos mais artísticas, mostrando estilo ou bom gosto. O celular nunca tem vídeos ou fotos comprometedoras;

10-) Canalha é  substantivo, cafajeste adjetivo.

Sexta das leitoras – Pau Camarada

“Tenho 35 anos, ruiva, magra, estou na segunda graduação, tenho facilidade em fazer amizades e me relacionar no trabalho, mas em se tratando de relacionamentos amorosos, estou sempre enrolada, querendo compromisso, mas ao mesmo tempo fugindo disso.

Estou há 9 anos solteira, morei junto com meu último namorado e depois disso nunca mais gostei verdadeiramente de alguém. Ao me separar dele, fiquei 1 e meio sem sexo até ficar com um amigo em comum nosso, que fiquei e foi de primeira, a “amizade colorida” durou 7 anos.

Cafa > Olha, se você é esse avião todo que anuncia, chama-me a atenção ter ficado 9 anos solteira sem gostar de ninguém. Tudo bem que o mercado está ruim, mas é impossível não encontrar alguém bacana por tanto tempo.

Eis que ano passado, sou apresentada ao aplicativo Badoo. Eu que me considerava a moderninha, racional e cheia de preconceitos com quem fica com cara comprometido.

Cafa > Ave-maria dos apps, o que você esta(va) fazendo no Badoo? Essa coisa é o risca-faca dos aplicativos. Entrei uma vez, pois meu amigo disse que era o app mais fácil pra comer mulher, sai em dois dias pela quantidade de spam, gays (fingindo ser mulher) e exus que encontrei por lá.

Entre as primeiras perguntas já descobri que ele tinha namorada (mais ou menos 1 ano de relacionamento), de momento já pensei em cair fora, mas estava numa fase que necessitava de uma “amizade colorida”, e nesse sentido ele seria o cara ideal. Ele tem 28 anos, um corpão de academia e adora sexo, como eu.

Cafa > Cara, “amizade colorida” diz muita coisa na primeira palavra, “amizade”. Normalmente surge de um carinho mútuo, de assuntos afins, pensamentos em comum, etc e termina na cama. No seu caso foi o inverso, deixou-se levar por um corpo/putaria para depois pensar em amizade, e de bônus o cara tem a delicadeza de dizer que é comprometido. Como um ser desse pode ser amigo? A não ser que você esteja no mesmo nível que ele. Você necessitava de sexo e viu no garotão a solução do seu problema fisiológico. Nesse caso, o cara nem “Pau amigo” seria, e sim um “Pau camarada”.

Acho que conversamos por umas 2 semanas até que fui a cidade dele (30 km daqui) encontrá-lo e fomos para o motel. Pensei em desistir no caminho, por medo mesmo de o cara ser um louco…mas, no caso, a louca era eu, enfim, paguei para ver.

Cafa > A diferença é que se você é a ~louca~ e tenta fazer algo contra a vontade dele, o cara te dá uma marretada. Agora se o cara é o ~louco~, pode obrigá-la a comer merda (isso já rolou). E sem papo cansado de machismo. Mulher é mais fraca fisicamente que o homem e por isso mais suscetível a riscos.

Não estou falando para pagar de santa e dar depois de 5 encontros, mas tenha um pouco de bom senso e marca o encontro em um bar. Óbvio que o cara pode fingir ser uma boa pessoa, mas já reduz bastante o risco.

Chegando ao motel eu não sabia o que fazer, ele também ficou constrangido, mas logo tomou as rédeas da situação. Ao final até pensei, foi bem “meia-boca”, acho que não vai mais acontecer, mas em seguida ele manda mensagem dizendo que gostou de me conhecer e que queria repetir.

Cafa > Provavelmente se vocês fivessem um warm up no bar, no motel a coisa sairia um pouco mais natural e melhor.

Uns 5 meses depois descubro pelo face que a namorada dele estava grávida, em seguida ele veio me contar, todo bobo que iria ser pai. Mas claro, continuaríamos com o caso. Para ele a desculpa para trair ficaria ainda melhor, já que ele dava a entender que a namorada não curtia muito sexo e algumas coisas que ele adorava (como dar uns tapas na cara, transar em lugares inusitados e um sexo oral caprichado)

Cafa > Que emoção. Você abriu um champanhe com ele pra celebrar? Chorou ao saber que agora que a mulher tem filho, ele vai ter mais tempo de te dar tapa na cara enquanto a mãe nina a criança? É bom comemorar pequenas conquistas.

Enfim, nesse 1 ano e meio de rolo, já tive a fase apaixonadinha, esperando ele mandar msg, cobrando isso dele…coisa que ele fazia quando bem entendia…sempre com a desculpa que ela estava marcando em cima e tal…

Meses atrás ele estava tão de saco cheio da vida dele, que até falou “se fosse em outros tempos, ia te convidar para morar comigo”. Não levei em consideração a observação, uma porque isso seria fora de cogitação pra mim, não tenho vocação para corna.

Cafa > Não, tem vocação pra amante de motel.

A corna está construindo algo (por mais incerta que a relação possa ficar), e você está a passeio na piroca. Se esse é teu objetivo, ok, mas pra se importar tanto com o cara, tenho dúvidas.

Só queria que ele fizesse o verdadeiro papel de um “amigo colorido”, que apesar de ser só sexo (eu também aceitei assim), que tivesse respeito, conversa, carinho. Esse seria o “pagamento” pelo que ele diz que eu faço e a mulher não. Tão difícil assim??

Cafa > Hahahaha. O respeito do teu “Pau Camarada” ficou lá no Badoo, a conversa e o carinho ele te dá no motel. Se você não está satisfeita com esse “pagamento”, vai ter que ser mais direta com o cara. Talvez ele melhore, mas romantismo com amante é botão soneca do alarme, aperta-se de vez em quando para ela parar de berrar.

Outro dia ele escreveu exatamente isso: “não entendo como você fica sozinha. É bonita, trabalha, tem sua vida, transa bem”. Coisa que me fez pensar: “é estou desperdiçando tempo com o cara errado”, mas mesmo assim, continuei nessa, me desvalorizando.

Quando deu 1 ano de rolo, resolvi colocar um ponto final, disse que não queria mais, ai o cara disse: “agora que você não quer, parece que estou mais louco”. Carência vai, falta de sexo vem e voltamos a nos encontrar. Depois da última vez (1 mês atrás), fiz como ele sempre faz, some por uns dias. Agora ele fica me enviando msg, quer saber o que aconteceu..

Cafa > Para. Se você está carente, come um chocolate, se busca sexo, baixe o Tinder ou o Happn e faça seu catálogo de PC´s. Está perdendo tempo com um traste.

Ah, e delete essa porcaria de Badoo.

Eu não gosto dele, a ponto de querer namorar e tal, aliás, o “acordo” nunca foi esse. Queria me livrar dessa situação, que me causa mais mal do que bem. Mas, na hora da carência acabo cedendo, aceitando as migalhas que ele tem para me oferecer.

Minha psicóloga diz que fico com ele porque pra mim é melhor um cara comprometido, pois não preciso me envolver (segundo ela, fujo de compromisso). E, afinal de contas, ele está sempre atrás, pra ele é cômodo ter a mulher e a amante, quando quer.

Se a finalidade é ter sexo, pelo menos isso deveria ser extraordinário, mas temos sempre o tempo contado, ele morre de medo da mulher. Mas diz que faço coisas que ele gosta e que ela nunca faria.

Cafa > Tua psicóloga deve ficar biruta. Tá difícil entender o que você quer da vida. Ok, não quer namoro. Apenas carinho, conversinhas fofas e mais tempo para trepar, certo? Ou seja, você quer o melhor de uma relação estável (atenção) e o melhor de uma relação casual (não compromisso). Vem aqui que vou te falar uma coisa no ouvido: isso não existe com homem comprometido… A atenção ele vai dedicar pra mulher (e agora pro filho), enquanto pra você sobra a cama.

Sempre que uma amiga me conta uma história parecida eu digo “aproveita o sexo e enquanto de fizer bem”. Ou seja, até não se apegar.. mas quando a história é com a gente….

Racionalmente sei que esse caso não me levará a lugar nenhum, e ainda por cima, morro de medo de a mulher descobrir e eu sair por vagabunda. Porque nesses casos, as próprias mulheres são machistas, o cara é o garanhão traindo, e a amante é a vagabunda. Mas quem é o comprometido na história???

Cafa > Isso é uma fantasia. Eu não acho nada de garanhão, esse cara é um tosco.

Sempre gosto de recorrer ao dicionário em casos de problemas com adjetivações. Vamos ver o que nos diz o dicionário sobre “Vagabunda”:

“Aquela que possui modo de vida considerado amoral, embora não viva da prostituição; Designação de um tipo de formigas que toma conta das casas em busca de açúcar”.

Bom, você não é uma formiga atrás de açúcar, tampouco vive de prostituição. Porém possui modo de vida considerado amoral. Logo, vagabunda é uma definição correta gramaticalmente. Não se ofenda.

Não justificando, me sinto mal nessa situação, mas se é que a versão dele é verdadeira, ela até merece uns chifres, pois, com 2 meses de gravidez não transou mais com ele…Mas, a idiota aqui sim, e vou dizer, apesar de tudo, gostei da experiência.

Cafa > Pronto, agora baixou a paladina da justiça. Quem é você para julgar que a garota merece tomar chifre por que não trepou grávida com o cara? Li certa vez que algumas mulheres grávidas perdem a vontade de transar.

Sei que mereço algo melhor, alguém que possa pelo menos passar uma noite comigo. E que metade da culpa é minha, por permitir desde o início que ele me trate assim.

Cafa > Putz, a situação tá preta pra ti. O merecer algo melhor é alguém que pelo menos possa passar uma noite contigo? Faz quantos dias que você vai à psicóloga mesmo?

Por vezes, me sinto uma idiota nessa situação, mas ao mesmo tempo, não consigo sair dela. Nesse meio tempo não apareceu ninguém bacana, ou pelo menos não percebi. Tipo aquela história: “enquanto não aparece o cara certo, me divirto com os errados””.

Cafa > Você deu a resposta em duas frases nessa última estrofe: “ou pelo menos não percebi” e “enquanto não aparece o certo, me divirto com os errados…”

Você não está se divertindo com oS erradoS e sim com O erradO. E ai começa o teu problema. Você pelo visto fechou os seus canais de contato pra ser a amante do cara. Assim como o amigo colorido anterior.

Se você só sai com ele, como pode conhecer outros? Não é saindo sempre com o errado que o certo vai cair no teu colo. É tentativa e erro. Saindo com vários, numa hora o certo aparece. Saindo com um (comprometido), numa hora a esposa aparece.

Ela queria um casual-sério

Foram poucas as mulheres que conheci nesses anos de estrada que conseguiam adotar uma postura racional em uma não-relação. Bastava que os encontros ficassem um pouco mais frequentes (ou que a garota dormisse em casa) para que as cobranças surgissem e fosse exigido um compromisso que não existia.

A Giovana era uma dessas garotas. Ela foi uma das minhas primeiras funcionárias, entrou bem crua na empresa e ajudei-a bastante com alguns toques sobre carreira. Nossa relação era estritamente profissional até que ela foi para outra empresa e nos encontrarmos em uma festa de colegas em comum.

Apesar de não ser o meu tipo, ela tinha certo charme, sabia se vestir, escrevia muito bem e tinha assunto. Naquela festa ela contou a sua experiência na agência que estava e fiquei muito feliz em saber que crescia e ganhava respeito por lá. Enchi-me de orgulho e pela primeira vez me deu vontade de prova-la em uma relação de igual pra igual. E acabou rolando.

Festas de publicitário normalmente rola bebida até nego ficar grogue e estávamos mais ou menos naquele ponto. Depois do papo sério que tivemos, cada um foi para o seu canto dançar (mentira, eu fui beber e conversar com amigos) e algumas horas depois nos encontramos na cozinha. Ela estava bem alegrinha e começou a me agradecer por ter dado a oportunidade pra ela lá atrás e tal. Eu não resisti e enquanto ela falava, encostei o meu lábio no dela (eu não podia dar um beijão de cara sem ter certeza que ela queria também). A garota ficou muda, nos olhamos por dois segundos, me deu um suor, mas ela passou sua mão atrás da minha nuca, puxou minha cabeça e demos um puta beijo que já me deixou no ponto. Fomos pra minha casa e tivemos uma noite de sexo incrível.

E assim começou um não-relacionamento de quase um ano. Era o mundo perfeito, quando ela estava a fim, me mandava mensagem, se desse ela vinha em casa, se não marcávamos para um dia que os dois podiam. E eu fazia o mesmo. Sem stress, sem cobrança. Era uma companhia agradável não só na cama, mas também de conversa.

Imagino algumas leitoras mais românticas questionando “Ai, por que vocês não namoraram?”. Já falei em um post do blog antigo, simplesmente não rolou o “click”. Gostava da companhia dela, assim como gostava de outras com quem eu saia. Não tinha nada que batesse o sino “é ela!”. Fazendo uma analogia barata, é como comida japonesa. Adoro, mas não dá pra comer apenas japonês, pois gosto de árabe, vietnamita, tailandesa, etc. Ela não era um PF.

Após alguns meses nessa dinâmica, a Gi começou a romper as regras de uma não-relação. Certo dia encontrou um cabelo preto no sofá (ela era loira) e me questionou de quem era. Eu não gostaria de falar que possivelmente de alguma garota que eu não lembrava nem o nome, apenas disse que da Dona Du, minha faxineira na época. Ela não acreditou, eu fiz cara de bunda e ela emburrada pelo resto da noite.

No aniversário de um amigo em comum, ela estava bêbada e me puxou em um canto pra conversar. Questionou-me por que eu tinha ficado com a Gertrudes, uma ex-cliente da minha agência, já que ela era “feia e tinha mau gosto”. Dei risada, ela não. Sai andando. Foi inevitável fazer uma comparação com a primeira vez que ficamos e percebi que era o momento de começar a ver a Gi com menos frequência.

Os poucos encontros que tivemos após aquela DNR (discussão de não-relação) tiveram mais cobranças e questionamentos. Tentei explicar de forma educada que não erámos namorado, mas nessas horas as mulheres gostam de citar exemplos aleatórios: “Eu não estou cobrando namoro, mas você já teve mais consideração por mim” (isso é, já dormimos com mais frequência), “Você ficou com uma pessoa que eu odeio” (como se esse fosse um critério eliminatório para eu ficar com alguém), “Você fala com menos frequência comigo no Whatsapp” (isso era verdade, mas porque ela que começou a falar demais).

O ápice foi na terceira festa que nos encontramos e ela novamente bêbada começou a falar para todas as pessoas que nos conheciam que ela era muito grata por tudo o que eu tinha feito, que ela tinha uma consideração que transcendia o profissional, etc. Aquilo chegou nos meus ouvidos por umas 5 pessoas diferentes em forma de piada. A Gi tinha passado do ponto e era o momento de eu recolher as velas e tocar o barco em frente.

Infelizmente, o contato que tínhamos antes do beijo ficou estremecido e desde então nunca mais nos falamos. A Gi queria um casual-sério, eu perdi uma amiga.