Na companhia do pagode com a balzaca

Durante a minha viagem conheci mulheres dos mais diferentes países e posso dizer sem puxa-saquismo que as brasileiras estão no top três, ao lado das espanholas (inteligentes e fogosas) e das russas (malucas e fogosas). Porém, encontrei poucas brasileiras no caminho e fiquei um ano sem comer empadinha.

Vocês podem imaginar como eu estava assim que coloquei o pé no Brasil. Claro, com saudades da família, amigos e feijoada, mas louco pra pular em uma brasileira.

E a primeira opção foi a Balzaca do pagode, que conheci no Tinder. Ela tem 34 anos e é um híbrido da “Mentira” com a “Miss legging”, porém do último tipo ela só tinha a calça legging.

No primeiro (e único) encontro, era um domingo a noite e como não havia o que fazer, convidei-a pra ir a um barzinho. A garota demorou pra ficar pronta, pois estava em um aniversário. Quando me enviou mensagem já eram umas 23:00. Resolvi apelar e colocar todas as fichas num fuck date, ou seja, chamei-a pra ver filme em casa. Ela topou sem hesitar.

Feliz com o custo de conversão baixo, fui busca-la. Eu devia ter suspeitado, a garota trabalha com edição de vídeo e aplicou suas habilidades nas fotos, mas ainda assim era pegável em um domingo a noite e na minha situação.

Já em casa, ofereci uma taça de vinho, no que ela respondeu que não bebia. Aqui já foi um sinal amarelo, compartilho o mesmo pensamento de Crumley: “Não confio em um homem que não bebe”. No caso, em uma mulher. Preparei uma limonada suíça (sim, ela pediu que eu deixasse a casca). ¬¬

Fomos lá assistir um filme na sala. Assim que acabou ela pediu para colocar uma música. Eu disse que ela podia escolher e ai a garota me enfiou um pagode. Até gosto de alguns pagodes, mas os atuais só tem música mela-cueca e tosca. Eu lá todo animado na cabeça de baixo e a de cima numa bad trip com a letra “Só do teu lado a emoção faz acelerar o meu coração…” cantada pelo “Thiaguinho”. Credo.

Começamos a nos beijar (um beijo horrível, sem língua), assim que esquentou a garota segurou a minha mão e me questionou onde eu estava indo. Pronto, noite perdida. Ela entrou numa onda de reprovar sexo casual, que não vê sentido em sair com alguém pra depois nunca mais ver na vida, etc. Eu ouvi tudo em silêncio, mas qualquer tentativa de formular uma resposta era interrompida por mais um protesto da garota e pelo Tiaguinho arrebentando no pagode e no meu ouvido.

Perdi a paciência, fechei o laptop pra calar Thiaguinho e fui claro com a garota. Ela estava no Tinder, colocou apenas fotos de corpo e sensualizando (ainda fui bonzinho de não falar que eram tratadas) e aceitou um convite pra vir pra minha casa, qual recado ela me dava?

A resposta? Ela disse que estava se sentindo no quadro do Pânico, quando aparece um monte de luva de boxe batendo na cara da pessoa. Aquela referência foi o ápice, achei melhor leva-la de volta pra casa antes que ela citasse alguma frase do Zorra Total.

Voltei pra casa e abri o computador pra escrever aquela enrascada. Como eu não tinha dado pausa no Youtube, Thiaguinho voltou a cantar automaticamente: “Quatro paredes é intimidade, é leite condensado no umbigo”. Não pude conter a risada com uma letra tão complexa, mas o Thiaguinho até que tinha razão. Levar alguém pra quatro paredes (nem que seja a da sala) requer o mínimo de intimidade. Provavelmente ela resolveu frear na hora que o beijo travou, pois eu não engoli a história do sexo casual.

Enfim, mais uma lição reaprendida. Na Cafa house agora só entra depois de alguma intimidade. Obrigado, Thiaguinho.

 

As personagens do Tinder

A internet tem seus modismos de tempos em tempos. Só ver nos últimos anos a quantidade de site e aplicativos que estouraram e depois sumiram: Lulu, Não Saia com ele, Chat Roulette, entre outros.

Com o Tinder, Happn e Adote um Cara acontecerá a mesma coisa. Em breve vamos dar risada de tê-los usado (quer dizer, “Adote um Cara” eu nunca usei). Enquanto esse momento não chega, vou dar uns toques de como não bancar a ridícula nesses apps.

A principal dica é algo básico que poucas pessoas se dão conta. Tinder é 100% imagem, assim como ~paquerar~ (odeio essa palavra, mas não acho outra melhor, só vem na minha cabeça “cortejar” e “flertar”, que são piores) alguém no bar, na rua ou qualquer outro lugar. No primeiro olhar, ninguém quer saber se você já sentou na Fontana de Trevi, se o seu óculos gigantesco é de marca ou que você tem muitas amigas. Tua primeira foto tem que vender você, não um lugar, amigos, marcas, paisagem, papagaio, etc.

Com essa premissa básica em mente, evite cair nos seguintes personagens encontrados por lá:

6-) A Ryca – Ela precisa mostrar que tem dinheiro e possui bens. Cansei de ver mulheres colocando foto com cara de bolacha de tão perto que está da câmera só para poder enquadrar a Torre Eiffel no fundo. Fotos no barco com o cabelo todo cagado em um dia meio cinza, só pra dizer que tem barco. A Ryca gosta de mostrar que tem carro e geralmente coloca selfie de óculos escuro dentro de um. E se é um carro de uma marca premium, tenta pegar um ângulo que mostre algum logo ou o teto solar. A Ryca também acha super legal ir a um zoológico na Argentina onde dopam animais para tirar foto alisando o tigre ou em cima de um elefante na Tailândia que apanha todos os dias pra ficar dócil.

5-) A Enigmática – O cara nunca sabe quem é a garota na foto. As vezes está cheio de amigas, as vezes a foto é apenas uma paisagem, em outras a garota está lá do outro lado da rua ou no meio de uma multidão em um show. E não adianta colocar legenda na bio “sou a terceira a esquerda de cima pra baixo”. Se não quer se identificar, saia do Tinder.

4-) Miss legging – Essa geralmente é a garota favorecida pela natureza e ela precisa mostrar em todas as fotos como ela é gostosa. E ai é um festival de calça legging, macacadas de Yoga, biquini curto, shortinho, traseiro, peito e outros atributos a amostra. Se corpo é a única coisa que você tem a mostrar, significa que do ombro pra cima pode ser descartado (conhecida também como camarão).

3-) A Mentira – A mentira não tem apenas perna curta, tem pança, espinha, dente torto, etc. Já passei mal bocado vendo uma princesa nas cinco fotos e pessoalmente um pequeno demônio. Você não precisa colocar sua pior foto, mas tenha bom senso na escolha.

2-) A Inocente – A garota precisa sempre se justificar que não sabe o que está fazendo no Tinder. Até na bio ela coloca “Não sei por que estou aqui”. Em um encontro pessoal, ela procurar deixar claro que entrou no aplicativo faz poucos dias e o cara é o primeiro que ela sai. Pode até ser verdade, mas ninguém consegue provar, melhor não falar ou perguntar. Aliás, mulheres adoram comentar “Ai, eu aposto que você já saiu com várias do Tinder”. Sim, se sai e dai? É o mesmo que perguntar “E você já deu pra quantos caras na sua vida?”. É uma informação pessoal, que não me diz respeito e não influenciará se eu quiser levar a garota a sério.

1-) A Filósofa do Espelho – Esse tipo é o mais comum e infesta o Facebook e Instagram também. Gostaria de entender por que diabos as mulheres gostam de tirar foto fazendo pose no espelho, geralmente olhando para o lado com cara de conteúdo e na legenda/bio colocam uma frase de superação ou uma citação da Clarice Lispector, Kundera ou algum pensador. É um egocentrismo tosco. Se a frase traduz algo sobre a sua personalidade, ok, mas evite associar à sua foto, é brega demais.

Bônus: Usuária do “Momentos” – Sério, qual o sentido de utilizar essa funcionalidade? Pra quem não conhece, “Momentos” é uma espécie de Instagram do Tinder. Ou seja, a garota publica fotos para a lista de homens que querem espetá-la. É muito deprê. Geralmente as garotas que publicam nessa sessão estão desesperadas para arrumar alguém naquela hora. Essa sessão é o termômetro do nível periguético da garota.

Quer saber, ao invés de criticar, acho que vou aproveitar essa oportunidade de mercado e criar o aplicativo “Adote um Cafa”. Tem mercado.

A minha primeira vez…no Tinder (parte 2)

A segunda vítima do Tinder era meu número: loira baixa e magra. Na verdade, pensando bem, eu até aquele momento era uma vítima do Tinder. Mas ok.

Apesar de ser meu número, o papo com ela era meio bobo no Whatsapp. Eu tentava dar uma avançada, mas empacava. Como eu não procurava a minha esposa, nivelei o assunto ao dela, era o melhor jeito para pontuar. E as conversas seguiam aquele script mongol: saudação + emoticon + Que tá fazendo + emoticon + piadinha babaca sobre o que estou fazendo + emoticon + alguma novidade da sua vida que não me interessa.

Pensei várias vezes antes de chama-la pra sair. Porém, minha agenda estava vazia. Eu só tinha a Aro 18, que eu não desbloquearia por nada nesse mundo. Desesperado num sábado a tarde e sem vontade de ir pra balada, chamei a garota pra sair.

Quando estava chegando ao bar, meu celular tocou. Tinha dado merda em uma das campanhas publicitárias que estávamos lançando naquela noite. Coisas dessa profissão maravilhosa. A garota já estava na mesa e quando me viu, ao invés de acenar com a mão, levantou e fez movimentos que pareciam um polichinelo. Aquilo já me deu um mau presságio.

Pedi desculpas e disse que eu precisava resolver um problema, mas que ela poderia pedir algo. Mas ela pediu tudo: carpaccio e queijo de ovelha com geleia de frutas silvestres de entrada, picanha no réchaud de prato principal e uma garrafa do espumante mais caro do bar. Como era um bar que ela havia indicado, ainda emendou “quero que você prove o que eles tem de melhor”, dei um sorriso e pensei comigo “E eu quero que você pague essa conta”.

Chegou o espumante e o garçom perguntou quem provaria. Eu adoro vinhos e sempre gosto de fazer a prova, mas a garota se antecipou e pediu que ele a servisse. Ela pegou a taça como se fosse um copo de leite, rodou (!?), cheirou e bebeu. Brindamos os três, ela, eu e o meu colega de trabalho do outro lado da linha. O problema foi resolvido assim que chegou a picanha.

Não posso reclamar. A comida era incrivelmente boa, mas era muita comida pra nós dois. Tive que levar metade da picanha para o café da manhã. Acabou o espumante e ela me informou que pediria um tinto que era uma delícia, claro o segundo mais caro do lugar. Fiquei bêbado.

Ai eu já não tinha filtro para assuntos, tudo estava muito bom e até comecei a considerá-la agradável. Rolou o beijo e foi ótimo. Aquele encaixe de boca perfeito.

Veio a conta, óbvio que ela não se coçou pra pagar, mas quis ver quanto tinha dado e lançou “Carinho, né?”. Quase agradeci pelo apoio moral, mas paguei e esperei que ela retribuísse de alguma forma. E rolou. Levei-a pra casa e tivemos uma noite de sexo incrível.

Todo bobo com a paixonite de cama, perguntei o que ela faria no feriado (era dali cinco dias). Ela disse que nada e eu a convidei para irmos à Paraty, onde eu iria mergulhar.

Chegou o dia e fui buscá-la em sua casa. Tinha uma senhora ao seu lado, achei que fosse uma vizinha, sei lá. Fiquei dentro do carro e buzinei para ela (a garota) vir. Ela acenou (sem polichinelo dessa vez) me chamando e passou um friozinho na minha barriga. A senhora era a mãe dela.

A mulher era simpática, mas pediu que eu tomasse conta da filha. Devo ter ficado vermelho de vergonha. Quando ela entrou no carro, perguntou-me o que eu tinha achado da sua mãe. Comentei que era simpática, mas que me sentia como o tio da perua levando crianças para o acampamento e que achava nada a ver conhecer a mãe dela no segundo encontro. Discutimos por meia hora.

No carro ela começou o que chamam de “bossing around”, ou seja, ligou o ar condicionado no talo, falou que minhas rádios são de velho (o que é verdade, mas não preciso ser lembrado) e questionou porque eu não tinha um carro automático. Pedi para ela segurar a onda, pois tínhamos ainda 3 horas de estrada e na primeira hora já estava um pesadelo pra mim. Mais discussão.

Finalmente chegamos a Paraty. O feriado era na sexta, mas fomos na quarta para fugir do trânsito e no dia seguinte, quinta-feira, fiz home-office do hotel.

Chegamos no quarto e ela saiu correndo para o banheiro. Não ouvi o barulho da descarga. Fui lá na sequência e dei de cara com o mijão dela, ao menos não era um toroço. De dentro do quarto ela gritou dizendo que a descarga estava quebrada, que eles tinham que arrumar. Claro, eu quem liguei para a recepção.

Eu estava tão cansado da viagem que acabei dormindo sem fazer nada. Só que eu tenho um problema. Quando bebo muito ou estou muito cansado, eu ronco. Não deu dez minutos de sono e ela começou a me cutucar. Na terceira acabei indo dormir no sofazinho da sala do quarto, acordei de manhã todo torto e com dores.

O meu home-office foi terrível. A cada meia hora a garota vinha me atazanar. Finalmente o dia passou, e ela ficou relativamente bêbada depois de tomar 6 margueritas. Tivemos uma noite ok e após o sexo comuniquei à surpresa que eu tinha conseguido negociar com a empresa para ela me acompanhar no barco nos dias seguintes. Foi quando ela falou que não iria nem morta, pois não sabia nadar. Isso foi brochante. A pessoa pode não andar de bicicleta, mas não nadar é algo inimaginável. Vá fazer escolinha, compra boia de braço, espaguete de plástico, o que seja. Os dias seguintes foram ótimos no mar sem ela do meu lado e a noite quando estávamos transando, o resto era um sacrifício que não valeu a pena.

Enfim, era o momento de por o pé no chão e voltar a aprender a ser solteiro. Carência pós-namoro levou-me a dar férias para o cérebro.

Aplicativos de ~paquera~ quando bem usados podem dar certo. Conheci vários casais que se conheceram no Tinder e afins. Por isso, próximo post darei algumas dicas para não cair nos erros que muitas mulheres cometem ao criar um perfil por lá.

A minha primeira vez…no Tinder

Logo que terminei meu namoro, há mais de dois anos, achei que eu soltaria um leão faminto de dentro da jaula. Porém, quando a abri, o bicho estava há tanto tempo em cativeiro que colocou a cabeça pra fora, olhou com medo o que se passava no mundo e deu tímidos passos para reaprender a caçar.

Não foi fácil. Eu tinha perdido completamente o approach (e confesso que o saco também) de chegar em mulher na balada, bares e afins. Ao invés de sair atirando, eu escolhia uma, analisava e logo vinha uma série de defeitos. Ai pensava comigo, “bom preciso beber mais”. Bebia mais, passava do limite e em minutos pegava um táxi de volta pra casa. Isso aconteceu várias vezes.

Porém, em um belo final de semana fui apresentado ao Tinder. Ai tudo mudou. O leão ficou até gordinho de tanta comida disponível e sem gasto de energia. Tenho tanta história que daria um livrete só sobre o aplicativo, mas por ora focarei nas duas primeiras experiências. Claro, foram horríveis.

Para os saudosos dos primeiros meses do aplicativo no Brasil, a coisa era fantástica. Muita pessoa bonita e match toda hora.

Naquele sábado deu um match com uma garota maravilhosa. Só que pouco acostumado aos tipos de Tinderelas (farei um post a respeito), não me atentei ao tipo de foto que ela colocava e foquei mais no rosto.

Puxei assunto e pra minha surpresa a garota tinha um excelente gosto musical (“grunge”) e um humor interessante. Marcamos de ir a um pub.

A garota era bastante fotogênica. Ou seja, linda na foto. Apenas na foto. Pessoalmente ela tinha algo esquisito nas expressões faciais que me lembrava um pouco o Roberto Justus quando adota um tom professoral no “O Aprendiz”. Ela usava um vestido meio estufado, que não me permitia avaliar a dimensão exata do corpo. Enfim, esperei que o papo ao menos fosse agradável.

Só que a garota era aquele tipo de mulher que pensa que mostrar personalidade é sempre discordar do parceiro e/ou caçar polêmicas. E mesmo conversando sobre bandas grunges, assunto difícil de gerar polêmica, as minhas prediletas eram inferiores às dela. Pra mim a noite estava encerrada, pois com tanta negatividade a minha barra de energia já estava entrando em emergência. Porém, ao pagar a conta, ela me perguntou se estava a fim de um after. Levei-a pra casa. Sim, deixei a cabeça de baixo pensar por mim.

Chegamos em casa, coloquei um som e abri um vinho. Tentei puxar um assunto qualquer, mas ela tinha que fazer uma observação chata sobre a música que coloquei. Ai o leão acordou de vez, falei pra ela ficar quieta e fui pra cima no nível 5 da agressividade. Era isso que ela queria, e disse que eu não era homem para fazê-la calar a boca e me deu um tapa na cara. Foram poucas vezes que tomei um tapa assim. Não foi aquele tapa de maldade, mas de um tesão acumulado e me convidando para sentar a mão nela. E assim foi.

Eu gostei mais dos tapas que do sexo em si. Calma, não sou sadomasoquista, mas os tapas eram mais naturais, espontâneos e estimulantes que as outras frentes de trabalho da garota. Sem contar que embaixo daquele vestido estava escondido um pneu aro 18. Apesar de tudo demos duas naquela noite e ela morreu na cama.

Tive que acordar com ela do meu lado e ai veio um flashback de quantas vezes eu torci para garotas insuportáveis virassem pizza a noite logo após o sexo. Nesse caso, eu queria acordar com um bacon.

Bom, não satisfeita de dormir em casa sem ser convidada, ela ainda perguntou o que eu iria preparar de café da manhã. Passou na minha cabeça dar uma pingolada no copo de leite e servir pra ela, mas a minha educação e idade me censuram a esse respeito.

Preparei um sanduiche light e café. Aquela situação me incomodava demais. Eu não queria puxar assunto, nem ser mal educado, apenas que ela se tocasse com o meu silêncio que era hora dela picar a mula. Ao invés disso, perguntou-me se eu tinha olhado a camisinha na noite anterior e visto se estava inteira. Respondi secamente que sim. Depois ela perguntou se eu tinha lavado a mão quando abri a segunda camisinha. Ai respondi impaciente que não e retruquei se ela tinha usado guardanapo depois do oral. Pronto, era o que ela queria.

A garota entrou numa nóia sobre sexo seguro que por um instante eu pensei que poderia engravidá-la com os dedos. Depois de meia hora nesse assunto eu disse que precisava almoçar com a minha tia e levei-a pra casa.

Deu cinco minutos e veio a primeira mensagem no meu celular perguntando se eu tinha alguma doença. Ignorei. Na segunda ela me ameaçou (fisicamente) que se tivesse algo eu estaria enrascado. Na terceira eu a bloquei.

Fiquei alguns dias com receio dela aparecer na porta de casa. Resolvi dar uma folga ao Tinder. Era muito azar logo no primeiro encontro cair numa furada.

Porém, eu ainda tinha contato com uma segunda garota que conheci na minha primeira investida no aplicativo. Ela parecia bem melhor. E eu achei que um raio não cairia duas vezes no mesmo lugar. De fato não caiu. O primeiro caiu em casa e o segundo no litoral, onde passei um final de semana com essa nova garota.

Contarei no próximo post.

p.s Agradeço todas as mensagens de carinho recebidas no post anterior. Era algo que eu valorizava e sentia muita falta. Fiquei feliz de rever um monte de nome “familiar” daquela época comentando aqui. Obrigado!

Cafa-mor, o retorno.

Em 2011, encerrei a minha participação no antigo Manual do Cafajeste dando espaço a dois novos escritores para ficarem no meu lugar e um ano depois fechei o blog em definitivo.

O principal motivo para essa decisão foi que a minha vida pessoal e profissional evoluíram a passos mais largos que o blog, e naquele momento eu tive que optar por algo que pagasse as minhas contas e proporcionasse uma relação séria. Infelizmente, o blog não me dava nenhuma das duas. Bem, na verdade ele me fez conhecer a minha ex, mas ele não podia coexistir com ela como namorada.

Sem tempo para cuidar da editoria do blog e com outras prioridades, achei que o melhor caminho fosse encerrar (talvez) no auge.

De quatro anos pra cá um furacão passou pela minha vida. Algumas situações e experiências (que não são poucas) eu contarei ao longo do blog, mas farei um resumo para que vocês entendam o que rolou comigo nesse período. Eu divido a mudança em três grandes blocos.

A primeira foi pessoal. Eu estava virando um trator, trabalhava de madrugada e final de semana, atropelava funcionários, racionalizava relações, brigava com amigos/familiares e só pensava em alcançar metas. Eu mal curtia o caminho, estava sempre indo atrás do pote de ouro no final do arco-íris que quando alcançado era pouco celebrado e no dia seguinte vinha outro substituí-lo. Não era incomum ter crises de ansiedade e ameaças de depressão. Resolvi ir numa psicóloga.

Esse foi um dos melhores investimentos que fiz. Obviamente que há coisas que você não muda depois de velho, como a minha rabugentisse, mas consegue perceber suas fraquezas, controlar impulsos e evitar situações que geram atritos e sentimentos ruins.

A segunda foi meu último relacionamento. Esse posso dizer que foi completo, teve aquela explosão inicial de química, saudade, brigas e reencontros, que ambos cresceram com seus erros e evoluíram como pessoa. Ele (o relacionamento) me fez engolir uma série de preconceitos, de verdades absolutas e passar por situações únicas, tanto boas como ruins. Porém, como a maioria dos relacionamentos, durou o tempo que deveria e morreu. E a melhor forma de saber se foi bom são os anos. Quando é uma porcaria, você pensa “Puta merda, como eu pude perder meu tempo com aquele traste?”, a pessoa simplesmente não te adicionou nada, às vezes você sai pior que entrou. Mas quando é bom, você lembra com carinho (não confundam com vontade de reatar) e compara você antes e depois e pensa: “Porra, valeu a pena”.

A última foi profissional. Essa foi a mais recente e delicada.

Bom, eu já quis ser vários extremos nessa vida. Tentei ser piloto de avião, mas não rolou pois meu pai não tinha condição de pagar o curso e tampouco todas as horas de vôo. Então, tentei ser engenheiro de computador, porém no segundo dia de aula na faculdade eu queria engolir o mouse e me matar. Desisti em seis meses. Quase virei oficial da polícia militar, mas bombei no último exame, o psicológico (juro). Acabei parando na publicidade como segunda opção e (acho) que me encontrei.

Em 2006, eu estagiava numa multinacional que me dava um salário e bolsa bacanas, mas que depois de dois anos já não me dava tesão algum, pois não aprendia mais nada. Fazia um trabalho de macaco que só era suportado pela grana. Tomei a decisão de arriscar tudo e trabalhar numa empresa que seria o primeiro funcionário e ganharia quase metade do salário anterior. A diferença é que eu acreditava no negócio. E a aposta deu certo.

Em 2013, ela virou uma das maiores do Brasil no seu segmento e evolui com ela. Só que eu não me sentia mais útil e crescendo, novamente uma zona de conforto foi criada e suportada por um salário. Dormia estressado e acordava sem vontade alguma de ir ao trabalho. Senti que meu ciclo tinha fechado e era hora de mudar. O problema é que eu não tinha ideia de onde ir. Então resolvi realizar um sonho e fui dar uma volta ao mundo, que acabou semana passada.

Os próximos passos? Talvez eu lance um livro sobre a viagem, o meu diário está bacana. Talvez eu recomece do zero em outro país. Ainda não sei. Aprendi que a vida não é um script fechado que nos é dado desde que nascemos: Estude, tenha um emprego, compre um carro, apartamento, case, tenha filhos e morra rico. Digamos que ela talvez seja um script de novela da Globo. O diretor traça tudo bonitinho como vai começar, desenrolar e terminar. Porém, depois de cinco episódios, a audiência tá achando a novela uma merda e ai o diretor precisa fazer mudanças para que a coisa melhore. E talvez o final não seja como ele tenha imaginado, mas muito melhor que o original. Nesse momento reescrevo meu script.

Enfim, não quero fechar esse post parecendo um livro de auto-ajuda, mas quis compartilhar o tanto que minha vida mudou nos últimos quatro anos e isso influenciará meus posts daqui pra frente.

Dividi o blog em três categorias de assuntos (Relacionamento, Sexo e Lazer), a única novidade é “Lazer” onde farei alguns posts sobre viagens, restaurantes, comida (tornei-me um bom cozinheiro), vinhos, livros e qualquer outro assunto ligado ao tema. O formato do blog está ainda aberto, não sei com que frequência atualizarei, se convidarei outros escritores, se adicionarei mais colunas ou não. Vou mudando ao longo do caminho, é mais divertido. =)

Bem vindas de volta!