Rapidinhas do Cafa – parte 6

1-)  “Parece que meu namorado foi enganado a vida toda achando que a mulher goza sem preliminar e em dois minutos de penetração. Como pode um cara de mais de 30 anos achar isso? Qual a sua impressão com base em sua experiência? A maioria das mulheres tem realmente dificuldade em gozar somente com a penetração como dizem por aí? O que posso fazer pra melhorar isso em mim?”

Cafa > Na verdade acho que esse número ai é 50/50, metade das que eu conheci gozavam na penetração, o restante no oral. A diferença é que as primeiras podem fingir que gozaram, já as segundas é fácil perceber quando chegam lá.

É triste você querer mudar algo em você, quando o cara não está a fim de fazer a parte dele. Tudo bem, alguns homens tem nojinho de oral, mas não fazer esforço para estender a penetração é puro egoísmo e falta de parceria.

De qualquer forma, talvez eu possa te ajudar. Na minha opinião, as mulheres que gozam com penetração são aquelas que conseguem ter mais prazer no Ponto G (e com parceiros que possuem o pênis levemente inclinado pra cima, o que facilita a fricção dessa parte), já as que gozam no oral possuem maior sensibilidade no clitóris, o que deve ser seu caso. Na próxima vez que fizerem sexo, porque você não se masturba enquanto ele te penetra? Ou então pede para ele tocar o seu clitóris enquanto te pega de ladinho ou de 4.

2-) “Sou adepta do Tinder e já conheci vários caras por lá, grande parte legal (por incrível que pareça). Porém, vejo que sempre falta um plus depois de um tempo de conversa. Então a minha pergunta é a seguinte, e garanto que uma boa parte das mulheres também tem a curiosidade. O que faz um homem se interessar cada vez mais pela mulher? Questão de conversa e afins… Quais as maiores gafes cometidas por nós? E como as mulheres se destacam das outras?”

Cafa > A sua pergunta tem certa relação com a da leitora abaixo. Responderei tudo junto.

3-) “Não preencho o esteriótipo de “piriguete”, no entanto a abordagem que os homens utilizam comigo me deixa intrigada. Raramente um homem se aproxima de mim e me convida para sair em um ambiente que propicie conversa, grande parte dos colegas solteiros que tive no trabalho e cursinho, acabam se oferecendo para ir me visitar, assistir um filme na minha casa, já teve até quem se convidasse para comer/beber na minha casa. isso é proveniente apenas do fato de eu morar sozinha?! (Os caras estão assim tão sovinas que não querem mais nem pagar motel?) Se eu tivesse uma colega, não dariam em cima de mim? Ou será que eu passo uma impressão equivocada? Já cheguei a pensar que eu posso passar uma impressão de solidão/carência por não ter um familiar próximo, e passar a ideia de que serei boba e toparei ser um lanche! Ou é normal os caras fazerem essas propostas infames?! Como acabar com essas propostas?!

Cafa > Com o surgimento dos aplicativos de paquera e a maior liberdade feminina em cultivar relações casuais, acredito que estamos passando por uma transição na forma de enxergar relacionamentos e o sexo oposto. Isso fica ainda mais forte com a maior igualdade entre os sexos.

O Tinder é um fast food de pessoas. Quem está com vontade de comer arábe, japonês, etc abre o aplicativo, match, algumas trocas idiotas de mensagens, rola um encontro e em um piscar de olho a comida tá na cama. Não precisa preencher muitos requisitos, basta ser apresentável, saber escrever, não cair nos extremos (chato, exibido e tal), ter uma pitada de humor e voilá.

Isso cria, ao menos nos homens, uma sensação que a conquista pode ser abreviada em poucos caracteres. Obviamente isso se reflete no mundo real. A leitora da última história aparentemente não dá evidências que está para oba-oba, mas ainda assim os convites que recebe são tinderescos. Pra piorar nem match ela deu nos caras.

Por fim, a maior igualdade entre homens e mulheres nas relações casuais trouxe um novo problema para aquelas que não se adaptaram a essa dinâmica. A etapa de levar para um ambiente social, conhecer a pessoa melhor, conversar e tal foi praticamente cortada. Se o cara tem tesão na mulher e ela no cara, por que não ir pra cama sem muita delonga?

Quando me perguntam “como eu devo me comportar”, “o que fazer de especial”, “como me destacar”, etc eu sempre falo para a pessoa agir com naturalidade e mostrar personalidade. As mulheres que ficam atrás de padrões (seja feminista, recatada, etc), na minha opinião, ou são mais um rostinho na fila do pão ou uma caricatura.

 

4-) “O que você acha do velho “golpe da barriga”?

Isso segura relacionamento?”

Cafa > Conheço vários casos e nenhum deles o relacionamento deu certo. Em alguns, homens com formação mais tradicional (especialmente os mais religiosos) casam, vão morar junto e tal. Porém, em alguns anos a relação não dá certo e separam.

Na real, bem lá no fundo, as mulheres que aplicam esse tipo de golpe na verdade não querem apenas segurar relacionamento e sim uma pensão “vitalícia”. Nesse sentido elas são vitoriosas.

5-) “Cafa,  sou divorciada, me casei virgem e agora quero achar alguém pra fazer muito sexo e curtir….. Não faço questão de conhecer pai, mãe ou amigos…pelo contrário. … nem quero conhecer os dele e nem apresentar os meus.. .. mas quero um relacionamento…. sem compromisso, do tipo que preserva a minha individualidade, minha saída com as amigas, minhas brincadeiras de azaração, mas quero fidelidade no sexo….ou seja… ele só transa comigo e eu com ele…. mas tem um detalhe. … quero tudo isso com um cara que me deixe com tesão só de olhar pra mim…..fiz um perfil num site de paquera. .. e tem acontecido o seguinte….. Quando encontro alguém com quem a conversa flui…. com afinidades…. com quem consigo me sentir segura para um encontro … no momento do encontro eu não sinto aquele click  …. aquela vontade de beijar… ou de me deixar ser tocada….. acha que o q eu espero sentir num encontro é algo impossível?”

Cafa > Você passa esse dilema, pois pelo visto viveu um relacionamento bastante tradicional, em que o primeiro homem da sua vida esteve presente em quase todos os momentos de lazer e a sua individualidade foi violentada. E a dificuldade em relacionar-se com outros homens mostra que você ainda não superou completamente a (má) influência que a relação anterior deixou.

Muita gente acredita que assumir um compromisso com o parceiro significa a renuncia da individualidade. Os programas sociais precisam ser compartilhados, um bar com os amigos é motivo de desconfiança e aporrinhação, o almoço de domingo na família dele é uma obrigação e por ai vai.  

Fidelidade e liberdade podem andar juntas. Ser livre não significa farra, mas ter a sua individualidade preservada. A única coisa que me chama a atenção na sua história é a parte “minhas brincadeiras de azaração”. Legal a mulher sair com as amigas e se sentir desejada por outros homens, agora ficar esfregando a lâmpada dos outros caras e querer ver apenas um gênio não é o caminho.

Por mais difícil que seja, tente encarar os relacionamentos sem comparar com o seu antigo, as coisas fluirão com mais leveza e coerência. 

6-) “Como posso saber se estou sendo traída ,sou casada a 6anos tenho 2 filhos pequenos eu tenho 27 e meu marido 26”

Cafa > Se você mandar uma foto da palma da sua mão talvez seja mais fácil para eu responder.

7-) “há 2 meses comecei conversar, todos os dias com meu vizinho, que é extremamente tímido, mas que se mostrou uma pessoa de muito bom caráter, teve um relacionamento de 4 anos do qual saiu sendo traído, depois disso não se relacionou com mais ninguém por 4 anos, vindo agora iniciar comigo. Durante esses 2 meses de conversas ele me falou muito sobre sua vida, sobre o trauma se ser traído, se sentir sozinho, pois mora sozinho desde o término do relacionamento e fomos descobrindo afinidades em comum, nos aproximando e acabamos saindo algumas vezes, o sexo é muito bom, temos muita química e quero sempre mais rs.

O problema esta acontecendo quando aparece um amigo dele, que ele considera como se fosse “família” por viver muito sozinho, na minha visão, esse amigo tem interesse na amizade, pois usa o cartão de crédito do meu vizinho, usa o carro dele para levar os familiares quando saem para algum lugar etc, mas o que esta me incomodando é que mesmo quando marcamos de sair algum dia, e este amigo convida para algum programa, ele desmarca comigo e diz que não pode dizer não para o amigo, não sei o que pensar, se ele prefere o amigo e só quer diversão comigo”

Cafa > Gostei da questão, li poucos relatos como esse no blog, mas é um problema bastante comum nas relações.

Antes de mais nada, analise os números. Você conhece esse cara há 2 meses, certo? Há quanto tempo você acha que ele conhece o amigo? Isso não foi mencionado, mas provavelmente deve ser mais de 5 anos (talvez 10 pelo nível de intimidade). A sua participação na vida do cara, em relação ao amigo dele, é quase nada. Então, quem é você para reclamar do uso de cartão de crédito, carro, por dividir a atenção?

 Talvez você não tenha conhecimento de 10% do que os dois passaram juntos, de como esse amigo deve ter segurado a mão do seu vizinho no aperto.

Por enquanto você é sim uma diversão, que eventualmente poderá virar algo sério. Você implicar com o amigo, porém, não é o caminho ganhar o cara.