“Tipos de garotas que tem por ai”

Patricia é como uma dessas almas penadas que um belo dia surge do limbo trazida pelo Facebook por meio de avisos de aniversário. Fui lá dar uma olhada quem era a garota e lembrei-me que a conheci em um bloco de pré-carnaval, talvez uns 8 anos atrás. Ela seguia gostosa e como eu queria diversificar minha agenda, puxei conversa para parabenizá-la, bancar o fofo e assim preparar terreno para propor uma saída. Funcionou.

Saímos no dia seguinte ao seu aniversário, já que ela iria comemorar com suas amigas. Os percalços começaram antes mesmo de nos encontrarmos. A garota tinha se mudado para outra cidade e estava sem carro. Logo, eu teria que pegar estrada e perder 2 horas de deslocamento (ida e volta) para encontrar a donzela. Eu precisava assegurar-me que rolaria sexo pra compensar aquela maratona. Resolvi ser honesto e alinhar a expectativa. Pegou mal.

Durante a conversa comentei que ela estava bem atraente, que gostei das fotos e tal. Ela retrucou que eu deveria segurar o ânimo, pois ela não é “esses tipos de garota que tem por ai”. Ai entramos em uma discussão chata sobre sexo casual. Eu fui bem honesto sobre a minha expectativa, ela não gostou da resposta, mas usei a carta do “estou sendo honesto”. Consegui contornar a situação, ela refletiu melhor e disse que as coisas acontecem naturalmente, blablabla. Era isso que eu precisava ouvir. “Acontecer naturalmente” nada mais é que “Eu vou dar pra você se tu não for escroto, ter pegada e me tratar bem”. E lá fui eu pra estrada.

A garota pediu que nos encontrássemos em um bar as 20:00 da noite. Como sou um chato do horários, as 19:58 estava eu lá sentadinho. A garçonete que me atendeu era bem atiradinha, ficamos um tempão conversando, mas ela não era meu estilo. Uma hora depois apareceu a garota. Ao invés de se desculpar, perguntou por que eu estava tão entretido com a garçonete. Respondi que era uma forma de passar o tempo, já que estava ali há uma hora sozinho.

Ai ela se desculpou. Disse que o ônibus tinha atrasado e que ela desceu no ponto errado. Aquilo já me deu um friozinho na barriga, pois ela morava ainda mais longe de onde estávamos e provavelmente eu teria que leva-la de volta. Respirei e pensei que uma vez ali, seria o momento de extrair o melhor da situação, mas estava difícil.

A garota tinha uma história de vida sofrida pra cacete e foi um dreno na minha energia. Tentei mudar de assunto e perguntei o que ela estava lendo (já que havia mencionado anteriormente que gostava de ler). 50 tons de cinza foi a resposta e eu quis sair correndo. Tentei ler essa porcaria e parei no momento em que a garota entra no helicóptero do cara. É uma cinderela tosca e interesseira dos tempos modernos. Leitura rasa e ruim.

O ápice foi quando ela comentou que lia um blog de relacionamento. Ali já pensei que cairia a minha identidade, mas ela falou de um tal de “Entenda os Homens” e respirei aliviado. Seguimos numa conversinha mais ou menos e a banda começou a tocar. Estávamos um de frente para o outro e pedi que ela sentasse do meu lado, pois assim ela conseguiria ver os caras. Óbvio que o meu interesse real era dar uns beijos e malhos nela pra começar o esquenta e evitar propor uma ida ao motel quando já estivéssemos dentro do carro. Eu estava bom de estratégia e mais uma vez funcionou.

Era um beijo meia bocaço, mas o corpo era uma coisa de louco. Pedi a conta e sem pestanejar me encaminhei para o motel mais barato que eu tinha pesquisado previamente.

O lugar era esquisito, um mix de drive-in com motel. A recepcionista comentou que eles tinham apenas a suíte 92 premium, que iria me custar uma boa garfada, mas observei que logo ali na entrada, a porta do quarto 2 estava com a luz acesa (ou seja, vago). Questionei a mulher, ela se desculpou e disse que eu poderia ir para aquela suíte.

O quarto tinha o charme de uma casa mal decorada de fazenda brega do interior. Umas artes com palha por todos os cantos, um chão laranja frio com rejunte escuro e uma tv da época que controle remoto era luxo.

Patricia estava faminta, ligou a tv num canal pornô horroroso e foi pra cima de mim com voracidade. Cheia de atitude, arrancou minha roupa e caiu para um oral bacana. No meio da parada ela disse que faria igual a atriz do filme e começou a pingolar meu meninão nos lábios e língua e fazer cara de safada. Era meio brega a careta, mas tinha algo de interessante aquilo. Principalmente com o geladinho do Halls que ela estava chupando e as cusparadas que ela dava. Ela levava jeito pra coisa e gostava, o que é mais importante. Ai era minha vez de retribuir e eu cometi o erro amador de não usar a tática da fungadinha no dedo.

Fui lá pra baixo e quando coloquei a cara, veio uma marofa marinha no meu nariz. Fiquei até meio doidão. Não tinha jeito e tive que abortar a missão em segundos. Foi chato. Começamos a transar e ela decidiu cavalgar de costas, a cada descida no meninão, eram marofas na minha cara e eu tinha que sincronizar a minha respiração com o ritmo dela. Quando ela subia, eu respirava, quando ela descia eu soltava o ar. Coloquei-a de quatro, pois se aquilo continuasse eu brocharia em segundos. Gozei.

Por mim eu terminaria ali. Fui até o banheiro, que não tinha tranca, e comecei a me duchar. Muito sem noção, a garota abriu a porta sem bater, e por sorte eu não estava no trono. Ela veio na minha direção fazendo uma dancinha brega da sedução e me atacou no boxe. Eu não queria mais transar, mas fui compelido. E não deu certo. Demos uns amassos, coloquei a camisinha e depois de algumas bombadas o negócio ficou borrachudo. Broxei.

Voltamos pro carro. O motel era tão mal feito que eu não conseguia manobrar pra sair de frente. Tive que sair de ré, e pagar a conta por meio da janela da garota, uma situação ridícula.

Era hora de deixá-la em casa e o meu receio consolidou-se. Ela morava no Jardim _____ (coloque um nome indígena aqui) que ficava 40 minutos do bar e 1:30 da minha casa. No caminho a garota pediu leite (com essas palavras) e foi durante todo o trajeto me entretendo.

Na volta fiquei curioso sobre o que seria “tipos de garotas que tem por ai”, segundo a Patricia.