Dia das leitoras – relacionamento abusivo

Não preciso me estender muito sobre o absurdo que é um cara bater em uma mulher, mas considero o relacionamento abusivo mais nocivo que a agressão física. Isso porque entendo que na primeira vez que o cara levanta a mão, é evidente que aquele ordinário não presta. Logo, se a garota tem alguma coisa na cabeça vai fazer uma denuncia e nunca mais ver o cara.

Já um relacionamento abusivo pode levar anos para que seja notado. Ele vem todo pintado de boas intenções. Parece que o cara pensa no bem da mulher e da relação e que o abuso é apenas forma de fortalecer o casal. Só que o abuso corrói a mulher por dentro. Ele anula a sua individualidade e planos pessoais em prol de um suposto bem coletivo, mas que na verdade é faixada para proteger o ego de um homem fraco, inseguro e medroso.

Nessa semana selecionei uma história em que a leitora passa por um relacionamento abusivo e como em grande parte dos casos está indecisa sobre o que fazer.

“Namoro há seis anos (comecei esse namoro com 17 anos) ele foi meu primeiro relacionamento sério e é sete anos mais velho. Logo no nosso primeiro mês meu namorado explicou que para darmos certo deveríamos seguir algumas regras. Algumas eram coisas meio óbvias como não trair e outras meio absurdas como não poder ter amizade ou aceitar/conversar com pessoas do sexo oposto em redes sociais. Com toda a maturidade que alguém de dezessete anos tem, aceitei essas regras sem nem pensar. Confesso que inclusive achava essas regras maravilhosas pois se aplicavam a mim e a ele – em tese- e naquela época eu era muito ciumenta e insegura.

Cafa > Me faltam adjetivos para definir esse acordo tosco de não traição e conversa com pessoas do sexo oposto em redes sociais (??). Um homem de 24 anos (e hoje com 30) propor uma estupidez dessas é um claro sinal de que algo está muito errado com a cabeça dele.

o vou te culpar por aceitar essa esdruxulice, pois com 17 anos mal sabemos limpar a bunda  de um relacionamento cú, mas demorou muitos anos para você se tocar.

Meu namorado nunca seguiu nada do que ele pregava, continuou com seu círculo de amigos e amigas, continuou tendo uma vida normal (ainda bem) , e, não sei se por esse motivo, eu consegui ir trabalhando meus ciúmes e minha insegurança. Meninas que antes eu me mordia de raiva por falarem com ele hoje são amigas incríveis que conquistei.

Cafa > Um dos grandes perigos do relacionamento abusivo é exatamente esse, a pessoa busca benefícios nas más atitudes do parceiro. O fato dele dar a mínima para o acordo boboca de não conversa digital com o sexo oposto não te fortaleceu como mulher. Você era uma adolescente tonta e influenciável, mas cresceu e é mais madura que o cara. O desenvolvimento é um mérito seu, não consequência do cara.

O problema é que o dito cujo não evoluiu, é isso está atrapalhando minha vida em todos os aspectos. Me afastei de amigos e amigas de infância por conta do ciúmes dele, já tive que negar ofertas de emprego em que eu “lidaria com muitos homens” , quando algum chefe ou colega me adiciona em alguma rede social não posso aceitar, e isso acaba criando um clima meio chato no trabalho também. Nos damos bem no geral, só que quando envolve quebrar as regras dele a situação fica insuportável.

Cafa > Essa é outra característica de um relacionamento abusivo, você se afasta do seu círculo social e incorpora o do cara. Você perde amigos e pessoas com um olhar diferente e crítico sobre a relação, pois normalmente os amigos(as) dele vão fazer de tudo para manter o relacionamento e fazer você enxergar apenas os pontos positivos. É mais uma forma de manter você presa ao cara.

Já tentei conversar com ele sobre ele ter que ser menos controlador e ele me acusa de querer muita liberdade, de estar tentando ser muito saidinha. Já tentei ligar o foda-se e agir da maneira que eu quiser e depois ter que lidar com semanas de brigas gigantescas.

Enfim, não sei mais como agir. Já estou cansada de tudo isso, inclusive não consigo mais sentir nem tesão por ele. Não sei até onde tenho que tentar consertar um relacionamento ou se abro mão e desisto de tudo que já vivemos”.

Cafa > Tá certo que foram longos anos juntos, mas TUDO o que viveram me parece um pouco exagerado considerando que você tem apenas 23 anos, sem filhos, sem casamento, não moram junto, etc, etc.

Não é um relacionamento com raízes profundas e saudável. Você se anulou muito como pessoa e o cara não quer que você se desenvolva. E justamente por ele te ter nas mãos, não há pressão por mudar.

Eu não gosto muito de tomar partido, pois apenas tenho o seu lado da história. Porém, com base nos absurdos que relatou, você pode ter uma última conversa com ele para tentar recuperar esse relacionamento abusivo. Porém, eu considero são poucas chances de sucesso e você pode perder mais alguns anos valiosos da sua vida com alguém que não presta.

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Sobre tomar iniciativa e queimar a largada

O tema desse post foi sugerido por uma leitora há alguns meses e resolvi escrevê-lo agora depois que conheci um cara que chamarei nesse texto de ¨chato da academia¨, e de uma situação que passou com um amigo na última viagem que fizemos.

Começarei pelo Chato da Academia.

Geralmente quem frequenta academia consegue identificar esse perfil com muita facilidade. É aquele cara que não faz nenhum exercício direito, anda 5 minutos na esteira, pega mais peso que aguenta e o único músculo que treina com seriedade é a língua.

Há algumas semanas eu estava focado no meu treino, propositalmente com meu fone de ouvido, quando no intervalo do exercício o chato se prostrou na minha frente e perguntou em espanhol (carregado de sotaque português) que grupo muscular o exercício em questão trabalhava. Tentei por em prática a resolução de 2018 e ser mais sociável e paciente com as pessoas, e respondi gentilmente.

Foi então que ele me perguntou se eu era brasileiro e após eu confirmar o match de nacionalidade, foram 40 minutos perdidos em constantes interrupções. Inicialmente eu pensei que ele era apenas muito ¨simpático¨, mas com os trejeitos um pouco afeminados e ao ser convidado para dançar forró onde ele dá aula, tive certeza que a simpatia vinha de um bumbum guloso. Dei um jeito de colocar a minha namorada no assunto e achei que ele tinha entendido o recado.

Não entendeu e passou a usar a estratégia de macho man. Agora, sempre que me vê fala de alguma mulher muito ~gostosa~ que ele está pegando e me pede dicas sobre como agir, possivelmente com a pretensão de criar um assunto em comum para nascer uma amizade e assim tentar comer (ou dar) pelas beiradas.

O segundo caso foi com um amigo sueco que me encontrou em Menorca, onde viajei de férias com a minha namorada.

Ele é apenas um garoto, tem 23 anos de idade e começa a vivenciar os primeiros ¨conflitos¨ nas relações casuais. É um cara boa pinta, alto, olhos claros e bronze cenoura que só sueco tem.  Porém, ainda é inexperiente com mulheres e se mete em algumas ciladas. A última foi justamente em Menorca.

Logo após realizar o check-in no hotel e acomodar-se na área social para responder uns e-mails de trabalho, uma hóspede espanhola o interceptou para jogar conversa fora. Ele também estava de fones de ouvido, mas isso não a impediu que puxasse assunto e o convidasse para sair em 5 minutos de conversa. Apesar da recusa e das tentativas de cortar assunto, nada surtia efeito e ele teve que criar um desculpa para ir ao quarto e terminar o que estava fazendo.

Naquele dia saímos para beber e depois cada um foi para o seu hotel. Na manha seguinte, quando nos encontramos na praia ele comentou que foi acordado as quatro da manha com a garota batendo na porta perguntando se ele não gostaria de tomar umas no quarto dela. O cara disse que a menina não era feia, mas com todo o desespero desde a primeira aproximação e com a perereca dando bote as quatro da matina, boa coisa não podia sair dali. Ele recusou o convite e dia seguinte, quando ela o interceptou pela terceira vez, teve que ser mais direto e falar que não ia rolar nada com ela.

Esses casos exemplificam os dois erros mais comuns de quem costuma tomar a iniciativa e queima a largada, a falta de timing e o desespero.

A coisa mais importante no primeiro contato é saber o timing. Se você não é um fenômeno de mulher que chama a atenção quando dá o ar da graça, inicialmente será mais uma ilustre desconhecida e pouco notada. Como tal, a atençao do cara estará em qualquer outra coisa, seja na conversa com os amigos, no livro que está lendo, celular, etc, etc.

Nesse caso, é preciso arrumar um contexto para aparecer da forma mais harmônica possível, seja esperar os amigos irem ao banheiro pra perguntar, por exemplo, que bebida o cara está tomando (caso não seja algo óbvio), pois parece muito boa, ou esperar o cara virar a página do livro para perguntar se ele recomenda a leitura, pois você ficou curiosa com o título (quase todo mundo gosta de falar sobre o livro que está lendo).

O desespero é meio que senso comum, mas falta um bocado em mulheres que tomam atitude, pois acreditam na tática de vencer pelo cansaço (como a espanhola da história).

Eu sugiro você fazer o papel inverso. Imagine um cara normal chegando em você no momento que está no metro conversando com uma amiga no whatsapp sobre algo muito interessante. Ele já errou o timing. Se além disso, ele passa a perguntar qualquer bobagem a cada minuto para chamar a atenção, a não ser que você esteja muito no queijo, esse cara não terá a miníma chance.

A tática de dar em cima tem muita similaridade com o telemarketing ativo, o risco de ser inconveniente e ineficaz é altíssimo. É preciso muita técnica e telefone na cara pra ter algum exito.

Dia das leitoras – Despedida de solteiro

Nunca a tive a oportunidade de participar de uma despedida de solteiro por vários motivos. O principal deles é que meus melhores amigos eram solteiros convictos e quando finalmente conseguiram ser fisgados, decidiram se casar quando eu estava morando do outro lado do mundo e nenhum realizou uma grande festa de casamento.

 De todas as formas, conheço dezenas de histórias de despedidas de solteiro e posso dizer com muita segurança que a preocupação da leitora Gernice em sua história é válida, mas precisa ser relativizada. Vamos ao caso:

“Tenho 24 anos, estou namorando oficialmente há 6 meses, mas ficando há 1 ano.

Já conheço boa parte dos amigos dele, pessoal bem bacana. A maioria está de casamento marcado para esse ano e aí entra a questão: as despedidas de solteiro.

Enquanto estávamos só saindo, no ano passado, ele foi um dos organizadores da despedida do melhor amigo. Foi em um fds, numa chácara no interior paulista.  Pelo que ele me contou, fizeram churrasco, beberam e de noite foram em um show na cidade. Até aí ok, o que se espera de uma confraternização de amigos mesmo, que se divirtam… Na época nem fiquei fosforilando sobre isso, ainda mais que nem tínhamos assumido um compromisso sério.

Acontece que recentemente descobri que os amigos se juntaram e contrataram acompanhantes nesse fds. Pagaram pelo strip e com direito a transa para o noivo.

Cafa > Isso não é nenhuma surpresa. Em 80% das despedidas de solteiro que tomei conhecimento houve a contratação de prostitutas, seja para o noivo, amigos ou para todos.

Agora tem mais 2 despedidas pela frente, e estou muito insegura em relação a esse assunto, fico pensando se a grande desculpa por trás dessas despedidas é apenas se divertir com as putas.

Cafa > Não é. Porém, em geral, homens juntos fazem com o que o seus QI’s individuais sejam rebaixados pelo mais estúpido da turma. E não raro um cara inteligente e maduro está fazendo asneira em bando.

Despedidas de solteiro tem como objetivo principal juntar amigos que pouco se veem para relembrar os velhos tempos e encher a cara de cachaça. Só que ai um iluminado tem a ideia de chamar putas para animar a festa. Então digamos que o envolvimento de putas acaba sendo uma consequência, não causa.

Não concordo com esse comportamento, tanto da parte de padrinhos/amigos (que por sinal namoram ou já são casados) incentivarem quanto da parte do noivo de fazer isso com a noiva.

Não tenho mente aberta para aceitar que sexo é só sexo, pra mim transar com garota de programa é traição e ponto. E não sei como abordar esse assunto com meu namorado, me incomoda só de imaginar as gostosonas lá com eles! Vai saber se todos, incluindo meu namorado, não descolam uma foda, a tentação vai tá lá né…

Cafa > Ge, a tentação está na esquina. Se o seu namorado quiser te chifrar, não vai ser apenas em uma despedida de solteiro, mas em qualquer momento que você não esteja por perto, inclusive no horário de almoço do trabalho.

Tá certo que um ambiente de despedida de solteiro favorece uma traição, mas não dá pra olhar isso isoladamente. Nenhum homem que trai é vítima da circunstância. Essa é apenas a desculpa mais conveniente e moralmente aceita.

E aí depois, como vai ser? Fingir que nada aconteceu? Vida que segue? Acho que não consigo, de verdade.

Cafa > Ué, ele não foi naquela outra despedida de solteiro com putas e a vida seguiu? Ok, vocês não estavam juntos, mas ele provavelmente foi o organizador de uma ideia que você não concorda e ainda assim estão juntos e felizes hoje.

Essa é a primeira vez que sinto insegurança e falta de confiança no meu relacionamento, até agora as coisas tem andado super bem com carinho e respeito. Estamos em começo de namoro e quero que as coisas sejam bem conversadas desde agora. Espero que dê alguma dica pra me ajudar, não sei se estou exagerando na proporção do problema.

Cafa > Você pode conversar com ele e perguntar o estão programando para a despedida, mas a resposta nunca será a verdade. Nenhum homem nesse mundo vai assumir que haverá putas em uma despedida.

Vamos pensar de outra forma.

Imagine que eles decidam não chamar putas, mas apenas tomar umas e ir a um show/balada na cidade. Chegando lá tem um monte de mulher cheia de amor pra dar (e de graça) que ficarão muito felizes em brincar com o noivo e seus amigos. Aqui o problema é ainda maior, pois há o risco de rolar uma traição contínua, já que puta tem a validade de uma noite.

Não acho que você está exagerando. Sua preocupação é legítima, mas a partir do momento que você aceitou namorar o cara, acredito que depositou confiança na fidelidade dele até que prove o contrário.

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Quer mandar a sua história para que eu (talvez) comente e publique? É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com; Caso queira manter o sigilo e ter certeza que sua história será comentada contrate o Cafa Responde (máx de 2 páginas / arial 12).

Preguiça de me relacionar

Ultimamente tenho recebido bastantes mensagens de leitoras pedindo que eu lhes ajude, pois estão com preguiça em se relacionar com os homens.

Confesso que pra mim é difícil opinar a respeito, pois a cada ano que passa fico cada vez mais anti-social a ponto de fazer hora na porta de casa para evitar trombar com o meu vizinho. Mas vou tentar elaborar um pouco o meu ponto de vista com base na minha última Segunda-Feira.

Acordo cedo para trabalhar, começo a preparar o meu café da manhã e logo sou incomodado pelo meu vizinho de cima que tem 60 anos de idade, vive só com dois cachorros de madame e parece que faz a brincadeira da dança das cadeiras assim que sento pra comer. Termino de comer e ele para de fazer barulho. Poucos minutos antes ou no mesmo horário que saio de casa ele leva os cachorros e o cigarro aceso para passearem. A escada fica com murrinha de cigarro e desço dois andares com a respiração travada.

Chego no trabalho e sou abordado pela minha chefe russa que antes de perguntar como foi o meu fim de semana faz piadinha porque eu sempre chego para trabalhar. Uma bela idiota.

Começo a aquecer o motor no trabalho e cola do meu lado um colega espanhol que a cada dois dias me incomoda na primeira hora da manhã pra jogar conversa (chata) fora e mostrar algum vídeo cretino que só ele acha engraçado.

Esse cara vale algumas linhas desse texto.

Hoje, na casa dos 40 anos, é um cara boa pinta, mas que teve o seu auge nos 20 anos de idade e não soube lidar com os dissabores que a vida lhe trouxe.

Pai divorciado e com um salário que mal paga as contas no final do mês, ele rola dívida do cartão de crédito para manter um status e os filhos (não necessariamente nessa ordem).

Apesar de desconhecer o blog, ele sempre vem me contar a respeito de alguma mulher que está saindo e pede a minha opinião. O script é sempre o mesmo, conhece uma maluca no Tinder, leva pro bar, conversa e tal, as vezes rola sexo as vezes não, mas no final a mulher some ou ele. Nada vai pra frente.

Há algumas semanas, porém, ele veio me contar que estava saindo com uma “coroa”. Uma mulher de 40 e poucos anos, o que me chamou a atenção afinal ele sempre saia com mulheres mais novas.

Na semana passada ela o levou pra passar um fim de semana em sua casa de campo e ai foi paixão a primeira vista. O cara encontrou a felicidade no bolso dela.

Voltando pra minha rotina…

Dou uma risada amarela, peço licença ao meu colega e vou até a cafeteria pegar um café que parece ter sigo coado na calcinha da minha chefe. Sou então interceptado por uma catalã que é boazinha, mas incrivelmente inconveniente, daquelas que são sinceras quando você pergunta “Bom dia, tudo bem?” e a pessoa diz que “não” e relata o problema.

Acordei com cinco barras de energia e em menos de uma hora foram reduzidas a dois.

Vou pra academia e o instrutor mal olha na minha cara, pois está xavecando uma garota na esteira. Início o treino e em poucos minutos sou abordado por um cara simpático que ficou interessado no exercício que eu estava fazendo.

Explico animado pra que serve e tal e reparo que na explicação o cara fica me medindo. Termino de explicar, volto pro meu banco e me dou conta que o cara me paquera pelo espelho. Disfarço pra não olhar, mas ao menor descuido nossos olhares se encontram e fico com receio que ele pense que estou dando mole.

Afasto-me e vou fazer meu treino de boxe e recebo olhares estupefatos das senhoras que estão ao meu lado, pois faço muito barulho e atrapalho a leitura delas enquanto pedalam na bike.

Chego em casa me arrastando com apenas meia barra de energia na bateria da minha vida. Mas logo recupero algumas com a janta surpresa que minha namorada fez, um vinho diferente que ela comprou e as conversas leve e descontraídas que temos no final da noite.

Moral da história. Somos cercados por pessoas medíocres, negativas e interesseiras o tempo inteiro e não temos como escapar disso.  Isolar-se da sociedade não é uma solução, na verdade uma fuga.

Por mais que o processo de encontrar alguém bacana é desgastante e exige um esforço de interação com uma penca de pessoas idiotas, quando você finalmente encontra alguém especial esse esforço é compensado e sua vida torna-se muito melhor.

Mulheres inseguras

Sempre que falamos de pessoas inseguras vem aquela imagem de alguém hesitante, meio fraco e medroso. Porém, algumas pessoas reagem de maneira contrária tentando esconder a insegurança com e agressividade e egoísmo. Digo isso por experiência própria, pois durante meus 20 e tantos anos de idade eu estava nesse último grupo.

Só que já falei muito de mim no blog. O objetivo desse post é falar sobre a minha experiência com mulheres inseguras, tema sugerido por uma leitora. Dividirei o post entre o grupo das medrosas e das agressivas.

As medrosas sempre foram as que mais me incomodavam, pois a insegurança anulava a personalidade delas e viravam um animal de estimação. Aceitavam tudo o que eu propunha, servis e obedientes sempre buscando mijar o território e faziam qualquer coisa para ter um minuto de atenção. Na menor demonstração de afeto abanavam o rabo e estavam aos pés em instantes.

A Evenilda foi uma dessas.

Ela era ligeiramente maior que eu, bonita e com um corpaço. Em condições normais de temperatura Evenilda nunca me daria bola, mas quando nos conhecemos em uma festa o papo fluiu e conquistei a garota na conversa, apesar de ela ter pouco o que falar.

Saímos daquela festa direto para a minha casa e rolou um sexo bom. Porém, era apenas isso que Evenilda tinha a oferecer. O que pra mim naquela época não estava mal e então nossos encontros se resumiam à minha casa.

Ela era um poço de insegurança e começou a me controlar, nunca mandava mensagens quando eu estava off-line no Whatsapp, mas era só eu entrar que ela mandava um “Oiii”, tal qual uma porteira do Whatsapp. Se eu não respondia vinha algumas mensagens na sequência pra puxar papo e meu celular ficava vibrando incessantemente. Um horror.

Evenilda começou a se incomodar em ir sempre a minha casa e passou a sugerir eventos sociais que eu sempre negava com uma desculpa diferente. Ela sabia que não tinha prioridade e passou a mijar no território.

Cada vez que ia em casa esquecia algum artigo pessoal, ora uma presilha de cabelo, ora uma calcinha (juro) em algum canto cego da minha casa, mas que não era tão cego pra outras mulheres que por lá passavam.

Comum em muitas mulheres inseguras da classe medrosa, Evenilda tinha uma relação de merda com o seu pai e passou a me usar de psicólogo nos poucos encontros que tínhamos. Já não dava mais pra mim. Era melhor eu me masturbar a ter um dreno psicológico por uma noite de sexo.

Em comum com a Evenilda, a Filó tinha a insegurança, só que ela era da categoria agressiva.

Conheci Filó também em uma festa, mas ela é baixa, um pouco gordinha e com um lindo sorriso. Extremamente inteligente e sarcástica, Filó me conquistou em poucos minutos de conversa. Na época ela sabia que eu escrevia esse blog e a todo instante buscava me informar que ela não cairia na minha lábia. Uma tremenda bobagem, pois é o tipo de coisa que não se fala, se faz (ou melhor, não faz nada).

Depois de uma hora conversando, Filó disse que ia dar uma volta e fui beber com os meus amigos. Demos uma volta também e não demorou muito para encontrarmos a garota se atracando com um garçom da festa em um cantinho. Naquele instante dei por encerrada as chances com Filó.

Porém, no final da noite a vi sozinha perto do bar e fui para o ataque. Deu certo e de lá partimos para a cafa-house.  Lá a garota começou a botar defeito em tudo, inclusive no meu desempenho. Quando descobri que ela gostava de apanhar, foi que a noite chegou ao ápice.

Dia seguinte me ofereci a dar carona pra ela já que ficava a caminho do meu trabalho e o papo foi esquisito. Ela começou a me contar a experiência sexual dela com outros homens recentes, como se fosse um contraponto ao meu blog, mas em áudio e ao vivo. Fiquei meio constrangido e ela seguia, inclusive pedindo a minha opinião.

Ela me adicionou no Facebook e era um horror. Parecia que ela namorava 10 homens diferentes ao mesmo tempo. Sem contar as publicações de efeito com textos chocantes e agressivos com o único objetivo de se reafirmar.

Não teve chance de repeteco, pois não deu uma semana e Filó começou a fazer um tour pelos colegas da mesma roda. Cada semana ela ficava com alguém diferente e as fofocas dos seus gostos peculiares começaram a correr pelos bastidores. Até que um desavisado depois de alguns meses resolveu namorá-la, apesar dos avisos que era bilada cino.

Foi um relacionamento terrível. Ela tinha crises de ciúme, mas colocava chifre no coitado sempre que possível e ele perdoava. Brigavam por bosta. Se ele queria sair com os amigos pra jogar sinuca, ela reclamava. Quando ele ficava em casa, ela dizia que ele não tinha vida social. Ficaram nesse inferno por quase um ano. Até que ele se encheu e terminou. Foi então que caiu a armadura da garota. Passou a perseguir o cara, começou a beber, foi internada por overdose e os pais tiveram que vir do interior buscá-la.

Por mais que seja um saco lidar com pessoa insegura, não acredito que seja um defeito que não possa ser trabalhado e superado. Porém, como eu falei antes, muitas vezes a pessoa insegura disfarça esse problema com outros (agressividade, timidez, carência, etc). Parar de mijar no território e não agredir as pessoas não fará com que Evenilda e Filó sejam mais seguras. É fundamental que elas reconheçam o problema principal, o resto melhora como consequência.