Sexta das leitoras – A novinha apaixonada pelo balzaco e uma história surreal

Dessa vez foi bastante difícil selecionar a Sexta das Leitoras, tinham histórias bem interessantes e redigidas. Agradeço!

Nessa sexta, temos a história da novinha de 24 anos que se apaixonou pelo balzaco de 34.

Na minha opinião, a diferença de idade não se torna tão problemática após os 27 anos, pois a garota já terminou a faculdade, está trabalhando, assumiu responsabilidades e ai começa a entrar em um nível de maturidade aceitável. O que não é o caso aqui.

Como estou muito bonzinho nesse retorno, vocês ainda ganharam mais uma história, o “Bônus surreal” após a história da novinha.

Vamos lá:

“Tenho 24 anos, 1,67m, estudante universitária e uma solteira convicta até o começo desse ano. Ano passado, eu estava frenética!! Muitas baladas da faculdade, cerveja e claro, alguns beijos e pegação ali e aqui. Entretanto, enjoei… sabe quando tudo é mais do mesmo?! Mesmas pessoas, mesmas abordagens masculinas, homens que não te ligam depois, ficar bêbada não era mais o suficiente para aguentar papos vazios…

No começo desse ano, conheci um cara, ele é médico e trabalha de domingo a domingo. Ele é mais velho que eu 10 anos, temos papos parecidos, e por termos familiares da mesma cidade, temos origens e tradições bem parecidas.

Cafa > Opa. Temos “papos parecidos” sobre o que? O impeachment da Dilma? Desculpa, mas é bem difícil ter papo parecido com 10 anos de diferença (salvo raras exceções, e pelo seu contexto universitário, você não é uma delas). O que deve acontecer é o cara nivelar o papo dele pra baixo. Ou você acha que ele vai falar de igual pra igual sobre plantões, maternidade, inflação, etc?

Ele tem uma filha de 5 anos. Nos vemos somente no fds que é quando ele vem para cidade onde moro, já que ele mora em outra cidade. O beijo e os corpos se encaixaram logo de primeira e a nossa química sexual é incontrolável. Claro, só nos encontramos nos intervalos entre os plantões, ou seja, sempre rola alguma conversa antes e depois sexo. Descobri que ele tinha uma noiva, e logo impôs que não rolaria nada comigo sem o término dessa relação anterior. Ele acabou terminando.

Ele diz que quer namorar direitinho comigo, só que preciso esperar até outubro que é quando ele vai largar um dos hospitais que faz plantão.

Cafa > Pera lá, muita desinformação aqui que deixou a novinha maluca. Vamos por partes nesse sofisma.

Ponto 1. Primeiro ele colocou uma condição que só te assumiria, quando terminasse. (e isso quer dizer, ele estava chifrando a noiva contigo).

Ponto 2. Ele terminou (mas você também não sabe se é verdade, certo?), mas agora colocou uma nova condição de ter que largar um hospital.

Conclusão: Quando ele estava com a noiva, que dá MUITO mais trabalho que uma peguete, o hospital não era um problema. Essa estrutura de raciocínio dele não se mantém.

Ele tem uma bagagem de vida muito dramática, muitos namoros fracassados, em que um deles, a namorada se suicidou por conta de depressão e talz! E sinto que é justamente por esse passado que ele me trata de forma esquisita quando estamos longe um do outro, insegurança talvez?!

Cafa > Olha, um homem de 34 anos, com filho, um trabalho sério e com essa bagagem de vida, é tudo menos inseguro. Ainda mais com uma garota de 24 anos.

Durante a semana, ele não me liga, me responde só o necessário no whats e sinto falta de carinho por parte dele nesses momentos, pode ser falta de tempo ou não tem paciência para whats, mesmo assim, já que quer namorar comigo, porque não conversa comigo direito durante a semana?! Quando a gente tá junto, ele é um amor, mas é só ir embora que começa essa aparente falta de interesse.

Cafa > Deus do céu, você é uma das pentelhas do Whatsapp. Não tem coisa mais chata que você estar ocupado, trabalhando e alguém azucrinando enviando emoticons, correntes de piada e ainda pedindo retorno sobre as mensagens. O cara dá plantão, é medico, a cabeça está em tanto problema que o último deles é quantidade de mensagem e o tempo de resposta pra você. O dia que você começar a trabalhar pra valer saberá o que estou falando.

De qualquer forma, nada impede do cara no final da noite ou quando estiver com tempo livre, responder as suas mensagens ou puxar uma conversa aleatória. Isso já aponta que a sua importância é carnal.

Já falei para ele que não to gostando dessa forma, mas ele fala que preciso ter paciência que tudo na vida dele vai se ajeitar e aí, podemos ficar juntos de verdade. Tentei dar um gelo, brigar, falar meiguinha, mas ainda assim, esse comportamento se alterou muito pouco.

Cafa > Etalele. Mulher desesperada é um perigo, aperta todas as teclas do computador pra ver se destrava o sistema e ai ferra tudo de vez.

Eu quero muito ter um relacionamento sério com ele! Mas será que vale a pena esperar até outubro por um cara todo enrolado desse jeito, e ainda, que me trata com indiferença quando estamos longe um do outro?! Ele fala que não quer que eu me iluda, mas afinal de contas, o que ele quer?! O que posso fazer para melhorar esses momentos de indiferença? Mandar msg? Ligar de surpresa? Ser melosa? Esse comportamento é de precaução ou de manutenção de uma foda certa?!

Cafa > Para! Agora você está querendo chutar o computador. Você tem certeza que é leitora antiga do blog? Porra…

Olha, você disse duas coisas que me chamaram a atenção: “Eu quero muito ter um relacionamento sério com ele” e “Ele fala que não quer que eu me iluda”. É você quem está querendo namorar ou ele quem sugeriu? O que é esse “iluda” ai?

Bom, a copa tá quase ai. Outubro entra em um mês. Enquanto isso, vai pras cervejadas, beija na boca, saia um pouco do Whatsapp e pare de atazanar o cara.

Infelizmente, pelos elementos que você trouxe, esse cara não quer nada sério contigo. É provável que em Outubro vai falar que assumirá algo sério depois do plantão de Natal.

 

Bônus surreal

Custei a acreditar que fosse leitora antiga. Vamos lá:

“Eu conheci um cara no Tinder (sim!), rolou um papo super legal por quase um mês. Eu comecei a curtir ele, conversávamos quase todos os dias pelo whats.

Um dia surgiu a oportunidade da gente se encontrar depois de um show.

Ele estava com um amigo dele. Nós três já estávamos meio bêbados e resolvemos ir beber depois do show.

Cafa, me lembro bem do seu conselho ‘não use de todos seus artifícios no primeiro encontro’. Pois é… Não coloquei em prática hahahah

Cafa > Epaaaa! Você distorceu o meu conselho, fofa. Eu aconselhei não andar descalça no piso frio, mas você dormiu pelada no chão.

Acabou rolando com ele e o amigo dele. E ele ainda me disse ‘ah queria que fosse só nós dois na primeira’. Mas aconteceu mt rápido.

Cafa > Tadinho, caiu até uma lágrima aqui por ele. “Aconteceu muito rápido”, como assim? O cara não conseguiu falar para o amigo dele “brother, to indo pra casa, abraço!”. O cara seguiu vocês e do nada já saiu enfiando a piroca?

O pior é que eu gostei dele e queria mt ficar com ele hahaha

Mas acho que depois disso não vai rolar, né?

Cafa > Rola sim, mas se você convidar o amigo junto ou levar uma amiga.

Depois disso nos falamos duas vezes e fui eu quem puxou assunto.

Difícil né? Não sei lidar, Cafaa!!!

Hahahah

E agora? Ferrei no primeiro “encontro”? Hahaha”

Cafa > Essa história é mentira, assume, por favor. Estou me segurando na cadeira pra não mandar você para lugares maravilhosos.

Uma cidade para dar um gás na relação

Uma saudade que tenho de namoro são os meses iniciais, ou os meses finais da fase de ficar, quando o namoro está quase acontecendo. Você já tem intimidade com a pessoa, ainda está cego para os defeitos, o sexo é frequente e intenso, enfim, de negativo só a saudade quando estão separados. E minhas melhores lembranças dessa fase são os lugares que viajei com as minhas ex.

Um em particular que me marcou muito, e recomendo para todos que pedem a minha opinião é Maringá, uma cidadezinha na fronteira do Rio de Janeiro com Minas e São Paulo, situada perto Visconde de Mauá.

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É uma cidade bem completa. Tem uma natureza incrível com uma vegetação verde intensa, trilhas, várias cachoeiras e um riozinho que corta a cidade. Porém, o ponto alto são as pousadas e a culinária.

Praticamente todas as pousadas possuem lareira, jacuzzi e um vista incrível do bosque, rio, montanha, etc Depende de onde você ficar. Eu costumava ir na “Taj Maua” (http://www.tajmaua.com.br/), o preço é salgado, mas você paga pelo atendimento exclusivo (são apenas três chalés) e uma vista incrível. Perfeito lugar pra abrir um vinho, sentar na rede, jogar conversa fora e ver o dia cair.  Olha só:

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Porém, se a grana é limitada, é só buscar no Tripadvisor que opção boa não falta.

Outro ponto alto são os restaurantes. O ravióli de ameixa do Café Maringá e o carneiro do Babel são incríveis, e comer fondue ouvindo alguma banda de jazz a noite no Pousada Jazz club da Luz é imperdível.

Isso sem contar que a cidade possui a melhor cerveja do Brasil na minha opinião, A Serra Gelada.

Depois de viajar tanto, é comum as pessoas me perguntarem um lugar que eu recomendo. Pergunta difícil. É o mesmo que perguntar qual culinária é a melhor: espanhola, mexicana, brasileira, árabe? É muito pessoal, vai do gosto de cada um.

Porém, há lugares que eu considero como uma pizza ou pipoca, ou seja, quem não gosta de pelo menos um dos dois é um chato ou está de regime. A cidade de Maringá seria uma pizza. Mesmo porque é impossível ir pra lá e não voltar com alguns quilos.

Portanto, se você está na iminência de namorar ou até querendo dar um gás no namoro, vá passar um fim de semana em Maringá. Se não for pedir muito, envie-me uma(s) garrafa(s) de Serra Gelada. 😉

O problema não é você, sou eu

Essa expressão talvez seja uma das melhores para terminar um namoro ou uma relação que já deu no saco e você não tem mais ânimo de tentar reanimar. Chega um ponto que é um desgaste só ter que explicar educadamente pra pessoa que ela é preguiçosa, que tem titica na cabeça, que não sai da casa da mãe, que não tem amigas, etc. Há mulheres que não se satisfazem que o cara simplesmente não quer mais nada, elas precisam de um motivo. E ai vou falar o que? Leia mais? Faça amigas? Não dá.

Há coisas que você não muda, ou aceita como elas são ou abre fora. Então a frase “Você é uma pessoa bacana, o problema sou eu” serve como um zap (a carta mais forte) no truco do rompimento. Você transfere a culpa pra si e normalmente a pessoa para de atazanar.

Porém, teve uma vez que eu usei de forma sincera e quando pela primeira vez eu travei com uma garota.

Era final de 2013. Conhecemo-nos por acaso em uma balada no litoral paulista que ambos estavam completamente deslocados. Aquela coisa, teu amigo baladeiro enche a paciência dizendo que vai tocar o DJ XXX (ponha um nome em inglês), que vai tocar um “Set” muito bom, só vai gente “selecionada”, etc. Ai você chega lá, e tem um “set” de pirralho bêbado, a música é insuportável, o DJ não fica uma hora tocando e no final só tem briga, funk e gente se comendo pelos cantos.

Acabei puxando assunto quando a vi sozinha tentando pegar drink, em um bar que parecia o bolo da festa do Bexiga , e cedi meu lugar pra ela.

Não ficamos, mas conversamos bastante e trocamos contato. A garota era mais nova que eu, mas era bastante madura, tinha uma boa formação e emprego, sabia tocar piano (adoro mulheres que tocam instrumento) e era gata e gostosa.

Naquela época eu estava com a vida que (quase) pedi a Deus, bem estabilizado no trabalho e financeiramente, morava (sozinho) num lugar bacana, tinha meu carro, estava solteiro…a rotatividade na Cafa House tava maior que atendente de call-center da TIM.

Seríamos o casal perfeito e tinha tudo pra funcionar, mas eu estava com problema.

Apesar de todas as conquistas materiais e status que eu tinha, meu trabalho me sufocava e impactava minha vida pessoal. O meu demônio morava nessa zona de conforto. Se eu pensava em pedir demissão, ele logo mostrava todos os bens e ai eu engolia ficar em um lugar que me deprimia para não perder o conforto.

Quando voltei à São Paulo, convidei-a para jantar em casa, pois iria preparar o meu prato especial, Macarronada ao molho do Cafa (um dia passo a receita), a Cafarronada. Pedi pra ela trazer um vinho (que aliás, ela acertou em cheio na escolha).

Gosto do ritual de cozinhar com alguém que você curte conversar, é uma terapia pra mim. Entre um corte e outro de legume, dá uns goles no vinho, uns amassos, conversa, pica o tomate e ai vai. Os problemas somem, ainda que por algumas horas.

Eu estava inspirado, a macarronada ficou incrível, o vinho harmonizou bem com o prato e os amassos estavam bons. Era pra ser uma daquelas noites perfeitas, mas eu travei. Não cheguei a brochar, pois o amigão aqui nem chegou a subir. Ela tentou insistir mexendo no picolé de maria-mole, mas segurei a mão dela. Tava morto. Senti-me ridículo, numa inversão de papéis que eu jamais imaginaria. Pedi desculpas, comentei que tive um dia estressante, ela foi simpática, disse que tudo bem, agradeceu o jantar e foi embora.

Fiquei um bom tempo refletindo que porra tinha acontecido e não achava respostas. Talvez fosse algo fisiológico. No dia seguinte sai com uma lanchinho que eu comia de vez em quando e rolou numa boa. Uma semana depois chamei a garota de novo e novamente travei. Desisti dela.

Depois de alguns meses, quando finalmente me demiti da empresa, me desfiz de tudo e fui viajar, passei a compreender. Quando conheci a garota, minha cabeça estava a mil tentando me livrar de uma rotina angustiante. Se eu começasse a namorá-la, o que fatalmente iria acontecer depois de alguns encontros e noites de sexo, ela seria mais uma ancora naquela vida que não me satisfazia mais. Psicologicamente sabotei os encontros para não criar vínculo.

Com aquela o garota o problema era comigo. Talvez, o mesmo tenha acontecido com você algumas vezes, só prestando atenção no contexto do cara pra saber.

O que mudou na minha cabeça nos últimos 8 anos

Nos últimos posts recebi pedidos de leitoras querendo que eu opinasse sobre o que mudou (ou não) na minha cabeça de 8 anos pra cá, quando escrevi meu primeiro post no blog.

Levantei alguns asuntos. Vamos lá:

1-) Relacionamento a distância – Eu tinha meu pé atrás com namoro a distância até começar a namorar uma garota de outro estado. Foi então que tive certeza que não funciona. O começo é uma maravilha, pois aquela vontade de estar junto vai aumentando ao longo dos dias (ou semanas) e quando você finalmente a encontra, rola uma explosão acumulada até o momento da depressão que é a despedida, mas ela faz parte dessa montanha russa de emoção que a relação a distância. O problema começa a surgir após o primeiro ano. Depois dos 25 anos de idade, você não namora uma pessoa se não pensa que com o passar do tempo subirá alguns degraus na relação (como morar junto, casar, etc). Ai se não há um plano de no curto/médio prazo estarem no mínimo morando na mesma cidade, a relação não funciona e se “funciona”, novos(as) figurantes entram em cena (falarei mais abaixo sobre traição).

2-) Transar no primeiro encontro – Essa foi uma das mudanças que mais me surpreendeu. Sempre preguei para as mulheres não transarem no primeiro encontro se quisessem algo sério. Ok, isso ainda vale para homens com uma mente mais conservadora, mas no geral não é algo crítico. Uma coisa é transar na primeira vez com alguém que você já conhece ou conversou por um tempo, a outra é ir pra cama com um cara que você acorda e nem lembra o nome. Se o seu objetivo é só dar e dane-se o amanhã, então vai pro oba-oba e viva la vida.

Mas vejam só. Quando eu estava nos Estados Unidos, conheci uma americana no Tinder que mal conversamos. No primeiro encontro ela foi me buscar numa balada e fomos pra minha casa transar. Assim facinho. Mas se eu morasse lá, seria provável que a pediria em namoro tamanha a afinidade nos assuntos, visão de mundo e química. A vida não é preto no branco, aprendi a ver as ~matizes~ e derrubar o machismo que fui criado.

3-) “Ligar” no dia seguinte – Coloco entre aspas, pois quem liga hoje em dia? Tem coisa mais chata que receber uma ligação e parar tudo o que está fazendo? Hoje, ligar virou algo tão íntimo e privado que se uma garota me liga no dia seguinte que a conheci, vou achar que ela está com algum problema ou desesperada. Vamos aproveitar a tecnologia a nosso favor. Conheceu o cara, trocaram contatos e ele não apareceu, puxe assunto de forma tranquila. Ano passado, uma semana antes de embarcar para a minha viagem, conheci uma tremenda gostosa em uma das baladas de despedida. Trocamos contato e eu muito louco, dia seguinte não lembrava o nome dela, olhava a minha agenda e ficava desesperado com tanto nome e eu sem ideia alguma de quem era ela ali. Juro pra vocês, uma semana depois, quando eu estava sentado no avião esperando fechar o embarque, a garota mandou mensagem. Tarde de mais. Porém, gostei do jeito que ela me abordou, “Oi cafa, vai na She Rocks hoje de novo?”. Se eu fosse, seria um convite para encontra-la; se não fosse, seria uma oportunidade para chama-la pra fazer algo; e se eu não quisesse vê-la simplesmente falaria que já tinha outro compromisso e não falaria mais nada.

4-) Importância do sexo – Eu costumava dizer que o sexo tinha importância em 75%, hoje penso que tem 70%. Não dá pra tirar o peso dele da matemática de uma relação. Se o casal se dá super bem, é carinhoso um com o outro, são parecidos e etc mas o sexo é uma bosta, vira amiguinho. Ponto. Eu quebrava o pau com a minha ex, mas na cama era uma coisa absurda e todos os problemas eram superados, ainda que temporariamente. Outro ponto, com o passar dos anos a frequência do sexo diminui e se a qualidade não é boa, difícil a relação funcionar.

5-) Pagar a conta – Antigamente eu defendia que a conta deveria ser dividida, mas hoje penso de uma forma um pouco diferente. Sempre critiquei o feminismo de conveniência, em que a mulher briga por igualdade dos sexos, mas quando vem a conta do restaurante ela prefere voltar a ser submissa ao homem e acha cavalheiro o cara pagar. Contraditoriamente, não curto dividir, o ato de passar duas vezes a máquina do cartão me incomoda e o garçom sempre faz cara de bunda. Sempre proponho a pagar, mas acho de bom tom a garota oferecer pra dividir. Se ela insiste, proponho que na próxima saída ela escolha o restaurante e retribua a minha gentileza. Obviamente já teve muito espertinha que se fez de morta no acordo, mas ai já demonstra algo da personalidade dela que logo a transforma em mais uma na minha agenda.

6-) Limites no sexo – Sempre preguei colocar limite no sexo e mantenho a minha opinião. Acho bacana e importante explorar o sexo, descobrir novas ~formas de prazer~, posições e tal. Porém, você precisa colocar um freio e limites, pois o sexo por si só é uma estrada sem fim e limite de velocidade. Você vai pegando velocidade, sentindo o ventinho na cara, é gostoso né? Ai pisa mais forte, aumenta a sensação de prazer e vai acelerando até chegar numa curva e quebrar a cabeça. Recomendo um filme muito bom sobre o assunto (“Kinsey – Vamos Falar de Sexo”). Esse cara foi um dos primeiros sexólogos nos Estados Unidos e em sua pesquisa começou a mergulhar no sexo para entender todas as formas de prazer e no final acabou se multilando (e quase louco), pois descobriu que algumas pessoas sentiam prazer na dor e queria comprovar. Quando me masturbo, as vezes penso, “cara se eu morresse agora e alguém olhasse por onde ando navegando no Elephantube, seria algo que mancharia minha reputação? Não, ai volto a bater uma. Claro, enquanto é uma mera fantasia, o problema não é tão grande, mas a partir do momento que você a executa, ai vem os riscos.

7-) Tamanho não é documento e mulher-repolho – Acho uma hipocrisia tão grande quando vejo pessoas dizendo que tamanho não é documento. Todas as garotas que eu conversei sobre o assunto dizem que influencia sim, que pelo menos é preciso ter um tamanho mínimo e não pode ser fino. É óbvio que o cara precisa saber o que fazer com uma arma na mão, não adianta ter uma bazuca e não saber atirar, por outro lado o que adianta o cara ter um estilingue, ser ótimo atirador, se no máximo consegue matar passarinho? Você ai dando risadinha, mas saiba que homens também julgam a sua perereca. Poucos homens gostam de mulher-repolho. Mas não desespere, eu odeio minha altura (não vou falar qual é) e sei que é uma nota de corte para um monte de mulher, mas confio nos meus outros atributos para compensar.

8 -) Traição – Esse é um assunto beem delicado e provavelmente no futuro escreverei um post a respeito. Eu era taxativo, abominava traição em namoro, pois seguia o lema que se fosse pra chifrar, não namorasse. E lá veio a vida me dar uns tapas na cara. Meu primeiro namoro (longo) eu não trai, simplesmente não sentia vontade de pular a cerca. Porém, o segundo virou uma várzea. Cheguei a pontos despeitosos que não me orgulho e me arrependo hoje em dia. Só que eram tantos fatores envolvidos (entre eles a distância e insegurança com a garota) que simplesmente acontecia. Ao contrário do que dizem, eu não ia procurar em outras o que eu não tinha com a garota, pois na verdade ela era o meu número em todos os aspectos. Ela descobriu e me perdoou. E pasmem (adoro essa expressão), no final do namoro, descobri que ela também me traia. E pasmem (2), eu a perdoei. Só que meses depois percebi que as traições (minha e dela) poderiam voltar a ocorrer, pois o problema estrutural, o que nos levou a trair, não foi resolvido. Ok, foi dado o perdão, mas a causa não foi tratada. É como um doente que está com dor e ao invés de identificar a doença, o médico receita analgésico. Ele funciona por um tempo, mas depois a doença piora e mata o paciente.

Sexta das leitoras – Como faço pra ele me procurar de novo?

A primeira história da coluna Sexta das leitoras não traz algo novo. Porém, como é um assunto muito recorrente entre as mulheres, já responderá várias histórias que recebi nessa semana.

Vamos lá:

“Tenho 22 anos,sou estudante, loira, 1,66 cm, 53 kg e estou solteira há dois meses”.

Cafa > E o telefone? =)

“Nunca fui de sair ficando, sempre gostei mais de namorar.. Namorei por 5 anos mas confesso que antes e depois do namoro fiquei com 5 caras.. Quando beijo alguém não tomo essa iniciativa mas gosto de manter “uma paquera” depois da ficada, pode ser via whats, ou facebook, mesmo que nunca mais role nem um encontro e desde que haja reciprocidade ..depois se não virar nada,pelo menos acariciou o ego e logo desencano”.

Cafa > Acho um desperdício esses namoros longos quando você tem menos de 22 anos. Em 90% dos casos, dá em nada e mais pra frente rolará um arrependimento. Perde-se uma das melhores (e praticamente única) fase de festa e pegação na vida, que é a faculdade. Considero uma fase para acumular experiência e chegar com mais bagagem e maturidade para um namoro.

“Eis a questão: Há alguns dias sai despretensiosamente com algumas amigas para um barzinho. Chegando lá tava tudo muito bom, até que uma certa hora chega sem avisar um paquerinha da faculdade. 24 anos, tímido, com amigos em comum, e que já o achava interessante mas ele sempre estava namorando.

Dias antes tínhamos assistido uma mesma aula e trocamos olhares, conversamos sobre as festas que iríamos, viagens e senti que o interesse era recíproco.. depois que soube que ele estava solteiro não hesitei em investir. A oportunidade me pareceu mais que apropriada. Trocamos olhares, me coloquei estrategicamente em sua frente e deixei quase explícita minha vontade de ficar com ele, mas não avancei. A bebida rolava solta. Acredito que por sua timidez e pela presença constrangedora da ex namorada no mesmo recinto a iniciativa dele pro beijo demorou a sair e depois do beijo apesar de ter sido ótimo, não ficamos exatamente juntos. Eu fiquei no mesmo lugar que estava com minhas amigas e ele ora ia conversar com os amigos, ora ia no bar, ora dava uma passadinha onde eu estava e rolava mais um beijo”..

Cafa > Gostei da atitude dos dois. Olha que coincidência, antes de ler sua história eu ia publicar outra muito parecida (recém solteira + ~paquera~ prévia + festa em conjunto = beijo). A diferença é que na outra a garota deu uma de boca-loca e saiu pegando a festa inteira. Depois veio chorar no meu ombro email. Porém, a sua é mais interessante.

“Na hora de ir embora fui me despedir, mas ele disse que era pra ir embora com ele, que fazia questão de me levar”.

Cafa > Pi-pi-pi-pi olha o alarme de Cafa na área disparando. Não sejamos inocentes, homem (Que não é amigo ou gay) oferecendo carona no final da festa = quero um boquete ou te comer. Se não está preparada, não aceite. Cafas conseguem usar bons truques para você terminar na cama dele.

 

“Acabamos eu e ele totalmente “drinks” indo embora juntos de táxi até a casa dele que era mais perto e de lá a proposta era que ele pegaria o carro e me levaria até a minha casa”..

Cafa > ( ͡° ͜ʖ ͡°)

“Não preciso dizer a mistura de uma mulher solteira mais um cara que ela é a fim mais álcool em excesso fez o amasso pegar fogo e eu fui parar na cama dele. Pela primeira vez na minha vida rolou de primeira assim.. não pensei em nada”.

Cafa > Acontece, mas pelo menos era um cara que você conhecia e não te traumatizou. Já vi muitas histórias de arrepiar. Em uma delas a garota dormiu com um cara e acordou com outro (se bem que isso já aconteceu comigo, mas a culpa foi do Johnnie Walker e da Cinderela, que depois das 7 da manhã virou uma bruxa na minha cama).

“Detalhes a serem ditos: são poucos os flashes que tenho do momento em si; eu curti mas não rolou nada demais. Não foi excepcional, mas do que lembro também não foi de todo ruim.. eu não estava preparada para transar naquela noite.. foi coisa de momento master, não tinha feito as unhas, estava com calcinha fio dental nova mas era rosinha, o cabelo não estava arrumado, e lá embaixo tava tudo aparadinho.. Enfim nunca que imaginei de dormir com alguém naquela noite e não sei até que ponto que esses detalhes que fazem com que nós mulheres fiquemos mais seguras interferem na classificação da transa boa ou ruim..Tava bêbada, encanada por estes detalhes, pelo cara ser da faculdade e eu ir pra cama de primeira.. enfim.. Pra mim não tava ideal mas tudo isso não me impediu e passei a noite com ele. Aconteceu uma vez só e dormimos até a hora do almoço”.

Cafa > Uma amiga tem um frase que levo pra mim, “Nunca uso calcinha feia. Imagine se sofro um acidente e o bombeiro gato precisar cortar meu vestido?”. No meu caso, óbvio que não usarei calcinha, mas antigamente ia malhar com umas cuecas do doce. E se gostosa da academia me chama pra relaxar na casa dela? Enfim, a chance de rolar é mínima, mas havendo 1% de possibilidade prefiro usar uma cueca decente sempre.

No caso, a sua calcinha nem era tão inadequada. Rosa está ok. O problema é aquelas de náilon bege vovó ou vermelha do bordel.

Sobre transar de primeira, depende da idade do cara. Homem mais novo pensa “ah se deu pra mim assim fácil, não vale nada”. Pensamento machista eu sei, mas é a nossa sociedade. Agora se você já conhecia o cara antes, normalmente não seria um grande problema.   

“No outro dia acordei, e tinha que ir embora. Dei uma enrolada até a faxineira acabar de lavar o chão da sala e nessa ele acordou.. me puxou, abraçou e tempo depois perguntei meio com vergonha e dando risada: o que foi que a gente fez? e ele rindo disse: uma coisa muito boa!”

Cafa > Nossa, essa frase é tão boa quanto “E ai, curtiu?”. Ele deve ter dado risada de constrangimento. Se você quer falar algo pra quebrar o gelo, melhor seria “Gostei da noite ontem, mas seria melhor se eu tivesse bebido menos, estava muito cansada”. E ai você vai conseguir extrair alguma coisa do cara além de uma risadinha constrangida e uma resposta boba.

“Ainda rolou mais um amasso, ele quis brincar lá embaixo mas já tava claro, e eu com vergonha esquivei, mas nos beijamos mais um pouco.. o celular dele tocou e depois pedi para que ele me levasse embora. Durante toda a noite ele foi carinhoso, cuidadoso e me encheu de abraços e beijos. Moramos no mesmo bairro e em cinco minutos eu já tava em casa, e ele nem sequer pegou meu telefone ou se manifestou. Não combinamos nada pra depois; e teve um selinho e tchau. Sabia já que tinha rodado. Que não passaria daquilo. Mas tava satisfeita com o saldo geral da noite”.

Cafa > Satisfeita com o saldo da noite? Você quer enganar quem aqui? Se tivesse, não teria feito tanta critica sobre você, a situação e me enviado um email. Concorda? A noite foi bem meia boca e nem espaço na agenda do cara tu conseguiu.

“Cafa, quando acordei e me vi naquela situação: cabelo bagunçado, uma espinha nova, maquiagem amanhecida, unha sem fazer, sexo mais ou menos….menos alcoolizados poderíamos ter feito uma performance muito mais interessante quis me enfiar em um buraco, e teletransportar pra casa. Tava encanada comigo, e com o que eu tinha feito. Não por ter feito e feito com ele. Ficou a sensação que podia ter sido tudo muito mais prazeroso. Com mais preparo eu estaria mais relaxada, me sentiria mais bonita, e poderia o sexo ficar muuuito melhor. E até quem sabe ter repeteco em uma ou outra ocasião?”

Cafa > É pimpolha, se fosse bom mesmo teria repeteco na manhã seguinte e ai talvez o cara pegaria teu celular.

“Não to querendo prolongar mais nada, nem to encanada por ter dormido com o cara da faculdade de primeira nada disso. Eu era a fim dele, rolou e não me arrependo. Fiquei encanada do cara não ter ligado, sim, mas é o risco que corri. Paciência”.

Cafa > Mulher é um bicho curioso e auto sabotador. Agora você não está encanada? Vou puxar duas frases que você soltou há pouco no texto “(…) Tava bêbada, encanada por estes detalhes, pelo cara ser da faculdade e eu ir pra cama de primeira(…)” e depois “Tava encanada comigo, e com o que eu tinha feito”.

Parte dos sofrimentos das mulheres em relacionamento vem dessa capacidade de se auto-sabotar procurando a culpa no espírito santo, na calcinha rosa choque e sei lá o que mais, ao invés de buscar a resposta em vocês, nas suas próprias atitudes. Eu sei, é difícil criar esse distanciamento, mas com treino você aprende.

“Só acho que dá pra ser melhor. Como faz pra passar isso pro cara e fazer ele investir uma segunda vez? Obviamente nem eu nem ele estamos querendo rolinho nem nada disso. E eu não sei qual foi a interpretação dele da noite. Só queria mais uma vez com esse cara porque ainda acho ele lindo, curti ficar e porque o sexo tem potencial pra ser melhor. Primeiro porque eu não lembro de metade do que aconteceu, e também porque já não seria a primeira vez, fato que ajuda muito a quebrar o gelo.

Não faz meu tipo tomar a iniciativa: você esta fazendo alguma coisa hoje? não? porque não vem aqui em casa?- não faço”.

Cafa > Isso não é fazer tipo, chama-se desespero.

“Cafa me ajuda! to errada? faço o que? desencano? já não foi legal de primeira e devo deixar isso quieto até pra me preservar na faculdade? e homem repara quanto nessas coisas de mulher? unha, cabelo, depilação, pele? de no outro dia não estar tão produzida quanto na noite? como faz pra fazer esse cara ter interesse e investir mais uma vez?”

Cafa > Adoro essa pergunta “O que faço para o cara voltar a me procurar?”. Vou escrever um livro com a resposta e virar best-seller ao lado da “Bíblia dos sedutores”. Enfim…

Para com esse papo de “preservar-me na faculdade”. Você não deu no banheiro da festa, nem fez orgia no carro. A coisa não é séria.

Sobre homem reparar em detalhes, na maioria das vezes não. Porém, limpeza é algo básico. A unha pintada é bonitinha, mas se estiver apenas aparada, tranquilo. Agora, se está com os esmaltes todos descascados, cheia de pele pulando pra fora, roída, etc ai complica. O cabelo idem, é bacana bem tratado, agora todo cagado (mal pintado, oleoso, caspento, etc) não ajuda. Que tipo de mulher vai porquinha pra uma festa? Imagine no dia a dia. Depilação não preciso comentar, né? Perereca peluda é pra sapo do brejo.

Agora, a preocupação em acordar princesa, pqp. Desconfie de “homens” que tem nojo de mulher ao acordar. Na tua história, o seu caso quis te tocar de manhã, você quem ficou de não-me-toques.

Seguinte, hoje, a facilidade para arrumar uma mulher e foda é imensa. Se você não fisga o cara no primeiro tiro, tem uma lista enorme ali na agenda dele, por mais tímido e esquisito que seja (Tinder faz milagres).

Pensa, o que você tem de diferencial pra oferecer em relação as outras garotas? Mal trocaram ideia, só tema bobo de festa e viagem de faculdade. O cara não sabe se você é uma anta ou agradável. O único vestígio que ele tem é uma foda meia boca que você não lembra e fez questão de deixar claro. A circunstância não te ajuda.

Pelo menos o cara é da sua faculdade. Tente entrar numa roda em que ele esteja e puxe assunto de novo, mas mostre que você tem o que falar. Se esse não é seu perfil, a próxima oportunidade para conversar será em uma festa da faculdade, mas há o risco dele te ver apenas como uma foda fácil. Vai da sua lábia de provar o contrário.

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Quer mandar a sua história para a sexta das leitoras? Não posso garantir que responderei todas, mas se for algo interessante e resumido, as chances aumentam. É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com