Confissões masculinas

Dia desses estava na praia conversando com meus novos amigos brasileiros (que também moram na Austrália), quando invariavelmente surgiu o assunto “mulher”.  Um deles namora (a distância), um está solteiro e o outro parece assexuado. Já eu estou quase seguindo o mesmo destino desse último, mas isso é assunto pra outro post.

O que namora havia convidado uma amiga (vou chamar de Lucinda) para apresentar ao solteiro. Aquele típico blind-date que tem tudo pra dar errado. Estávamos em quatro homens, na praia e ela viria sozinha.

Lucinda apareceu e logo me veio na cabeça à capa da Revista Brazil ou uma personagem das “Brasileirinhas”. Se vocês não conhecem, é só ir no Google imagens pra saber do que estou falando (apenas cuidado com quem estiver ao seu lado). Ela era um personagem.

Chegou enrolada em uma canga da bandeira do Brasil. Tento entender essa mania. Não acho que é uma forma de demonstrar patriotismo, assim como vestir a camiseta da seleção pra viajar. Acredito que essas pessoas indiretamente querem mostrar aos “gringos” aquilo que a marca do nosso país é conhecida no exterior. Ou seja, mandamos no futebol e nossas mulheres são gostosas e calientes. Acontece que hoje nosso futebol é uma piada, praticamente nenhuma craque joga no Brasil e quando joga pela seleção é uma grande merda. E sobre carimbar “sou gostosa e caliente” me parece uma tentativa desesperada de chamar a atenção pela forma, já que o conteúdo não ajuda. Mas ok, voltemos à história.

Após nos cumprimentar, Lucinda bancou a recatada. Havia um grupo de suecas do nosso lado. Elas não trajavam o último biquíni da estação, mas também não estavam com a calçarola da vovó. Estavam ok. Porém, Lucinda disse estar constrangida já que seu traje de banho era pequeno. Bancamos os falsos e dissemos que estávamos na praia e ninguém ligava. Ela não pensou duas vezes e ao tirar a bandeira do Brasil, foi nossa vez de ficar constrangidos.

A parada era muito pequena e a menina tinha uma bunda de tanajura. Não era algo sexy, mas completamente vulgar/tosco. Seria algo proporcional a um cara muito forte e bundudo usando um short extra pequeno e grudado no rabo.

Olhamos uma para o outro em silêncio e demos aquela levantada de sobrancelha, mas nem precisava falar para saber o que pensávamos. Ela deitou de bruços e começamos a conversar.  Lucinda começou então a (tentar) fazer seu filme.

Disse que estava cansada dos gringos, que eles não tinham pegada, que brasileiro era muito melhor e tal. Detalhe que ela havia namorado um alemão por 8 meses, mas ela não sabia que homem também é fofoqueiro e já sabíamos um pouco sobre seu histórico.

Lucinda seguiu com suas contradições e queimando o filme. Baixou a síndrome de vira-lata e deitada na bandeira do país começou a criticá-lo e enaltecer a Australia, o típico assunto que broxa qualquer pessoa com o mínimo de senso crítico. Nesse momento o solteiro perguntou se eu estava a fim de dar um mergulho. Disse que sim, mas obviamente eu não entraria nem morto, pois é gelado pra cacete. Era mais pra trocar uma ideia sobre a personagem.

O cara é mais novo, tinha uns vinte e dois anos de idade. Comentou que estava frustrado com a menina e eu tive que ensiná-lo que na idade dele dificilmente vai encontrar a mãe dos seus filhos, ainda mais na circunstância que estávamos. Além disso, o cara estava na seca há mais de seis meses. Era a oportunidade mais fácil para tirar o atraso. Voltamos para a areia, o cara puxou um papo qualquer com a menina, pegou seu Facebook e naquela mesma noite eles dormiram juntos.

Dia seguinte, de volta à praia, ele nos contou detalhes da noite, o que já era uma evidência que a garota definitivamente seria apenas mais uma na lista. A menina era um capeta na cama e demos boas risadas com algumas falas.

Após uma hora na praia, a garota apareceu por lá (dessa vez sem ter sido convidada) e sentou ao lado do nosso amigo. Ela usava uma biquíni maior, mas na minha opinião tão ridículo quanto o outro. Esse tinha aqueles penduricalhos (tipo babadinho) no peito e lateral. Feio pra burro.

Ela tentava ser simpática e se metia em todos os assuntos, mas acabava sendo cansativa. Não pude deixar de notar que volta e meia ela fazia um carinho no cara, que não retribuía. Passou um tempo e ele me chamou pra ir no mar, ela se auto-convidou e fizemos cara de bolinho.

Eu parei assim que aquela água de geladeira alfinetou os dedos do meu pé. Meu amigo sugeriu para garota entrar, que ele iria na sequência. Assim que ela se afastou, desolado ele me perguntou ao melhor estilo Sexta das leitoras invertido: “Cafa, o que faço?”.

Falei que ele precisava ser racional e não analisar apenas aquele inconveniente isolado, mas o todo da situação. Ele não tinha nenhuma mulher na mira, por mais inconveniente e abobada que a menina fosse, o sexo era de razoável pra bom. Então seria melhor aturar uma chicletice ou outra, pois o faturamento compensava o custo do produto. Ele estava no lucro.

Sexta das leitoras – Menina de família

“Já tem algum tempo que minha prima me falou de um amigo do namorado dela era solteiro e tinha tudo a ver comigo! Chegou a me mandar foto e um áudio dele pra mim! Ela me disse que ele havia perguntado se ela tinha alguma amiga solteira que ele queria namorar ( aposto que ele falou isso só pra ver se ela tinha alguma amiga gostosa e veio com o papo de namoro pra motiva-la a dar opções! Rs)”

 Cafa > Você disse que tem 27 no email. Suponho que o cara tenha a sua idade ou um pouco mais. Sendo assim, acho uma forma meio infantil/desesperada/machista pedir uma amiga, pois ele “quer namorar”. O rei assume que qualquer garota vai aceita-lo. Pior, começa pelo fim. Ao invés de entrar na faculdade, o cara já quer o diploma.

E desde quando “amiga gostosa” significa uma amiga atrás de namoro? Mas você está certa, o cara falou essa asneira para parecer bom moço. Só que uma pessoa assim já não dá pra levar a sério. Se compromisso é o que ele procura, deveria ter buscado uma qualidade da garota (“Uma amiga sossegada”, por exemplo) e não ter vendido uma (falsa) qualidade sua. 

“Aproximadamente um mês depois, ele me adicionou no face  e mandou uma mensagem dizendo que minha prima não parava der falar de mim! ( minha prima depois me contou que ele pediu meu face ).

Rendi o assunto e falamos praticamente sobre viagens. ( AMO VIAJAR).  Morei na Alemanha um tempo, fui professora de alemão e ele se interessou no assunto pq também já morou fora e gosta de viajar.

Depois desse bate papo combinei com minha prima de passar um fds na casa dela. E ele foi. Fiquei um pouco constrangida pq esses encontros arranjados geralmente não é coisa boa! Ou o cara é feio  ou chato… sei lá! Algum problema provavelmente ele tem!”

 Cafa > Concordo. Blind date geralmente é uma furada. No meu caso, eu sou o amigo chato apresentado e normalmente a garota é uma múmia muda.

“Estávamos na piscina eu, minha prima o namorado dela quando ele chegou. Bem bonito pra minha alegria e naquela situação obvia de “vamos nos pegar”.

Ele foi bem pra frente, pois antes da gente ficar ele já dei um jeito de sentar do meu lado, pegar no meu pé e na minha coxa…  Dei uma enrolada e só fui ficar com ele a noite. Foi tudo muito agradável. A noite saímos os quatro pra um bar e ele já veio com a história ( vamos dormir juntos hoje neh? Não tem nda d +) eu apenas ria e falava que ele tava muito apressado e bla bla bla”.

 Cafa > Ai que preguiça desses joguinhos. Primeiro, o cara não precisa perguntar “vamos dormir juntos?”.  Isso acontece naturalmente entre adultos. Quem utiliza esse tipo de discurso ou está preocupado em perder a noite, e caso a garota recuse ele já busca outras opções para trepar, ou não tem o que falar e é bobo mesmo. Também pode ser as duas coisas.

E você entra no papo dele e incorpora o papel da boa moça não-sou-dessas-que-você-encontra-por-ai. E ai minutos depois está trepando no lustre.

Se você quisesse passar uma boa impressão aqui, seria melhor ter falado que havia espaço no sofá e mudado de assunto. Caso ele insistisse no assunto, estaria claro que o único interesse dele está entre suas pernas.

“Depois do bar fomos assistir um filme na casa da minha prima. E eu sabia… bebida+homem que eu estou curtindo+ deitar abracadinho= sexo com certeza.

Geralmente, pra eu conseguir dar uma segurada, eu evito situações desse tipo nos primeiros encontros. Mas nesse dia foi inevitável.

A casa estava cheia e “tivemos “ que dormir juntos. Não resisti por muito tempo e em meia hora estávamos transando. Ele curte falar umas putarias e dominar a mulher. Curti… mas acho que ele exagerou pelo ambiente que estávamos. Era só eu ele no quarto, mas a casa estava cheia.. constrangedor e desnecessário alguém ouvir”.

Cafa > Não tiveram não. Ele podia ter voltado para a casa dele. Esse teatrinho é tãaa cansativo.

De qualquer forma, você estava preocupada com o que as pessoas achariam. E assim recriminou o rapaz pelo dirty talking. Só que você parou pra pensar que a casa também poderia achar “constrangedor e desnecessário” duas pessoas que se conheceram no mesmo dia dormirem juntas? Dirty talking seria a cereja do bolo de merda apenas.

“Mas já que estava lá eu entrei no clima e fiz tudo o que ele pediu pq não incluiu nada bizarro e anormal”.

Cafa > Novamente, na sua opinião pode não ter sido nada de bizarro. Porém, para o casal ao lado ouvir duas pessoas que se conheceram no dia berrando putaria pode ser. Não estou julgando sua atitude ou a dele, apenas que tente relativizar mais suas atitudes.

“No dia seguinte ele tinha que resolver uns problemas de trabalho mas voltou pra passar o resto da tarde comigo.

O problema que ele falou que gostou d + do sexo… e disse que eu era muito gostosa, que eu parecia muito a vontade, que tinha sido uma das melhores vezes na vida dele. E perguntou se eu namorei muito tempo, pq eu parecia que tinha experiencia .

Nesse momento eu gelei. A reposta era negativa….^^ Só tive 3 namoros relâmpagos que não passaram de poucos meses.

Eu gosto de sexo…. e tinha experiência pq já tive vários PA( pinto amigo)…  Eu sei que sexo no primeiro encontro não é uma boa ideia e sempre tento me controlar… mas sou uma mulher adulta ( 27 anos) e tb tenho minhas vontades… mas não queria/iria compartilhar com ele  que já transei muitas vezes com vários caras e por isso estava a vontade! ^^”

Cafa > Acho que você está com dificuldade em passar da fase “o que ele vai achar” para a “o que eu sou”. Faz parte do ciclo de relacionamento até os vinte e poucos anos ter a encanação de não dar de primeira e passar uma boa imagem. Afinal, muitas garotas de fato não possuem experiência e os garotos se assustam com mulheres mais experientes que eles, ai o rótulo de rodada não é uma boa nessa idade. Eu já tive esse pensamento e fui um dos defensores do Segura o Tchan.

Só que na casa dos trinta (ou perto dela) puritanismo não cola mais. Aliás, é um tremendo de um pé no saco joguinho pra ir pra cama. Na maioria dos casos os dois já treparam adoidado e mais importa a sua habilidade em conquistar a pessoa a quantas vezes ela já foi conquistada.

“Menti…. falando que tinha rolado muito química, que pra mim tb tinha sido bom ( essa parte não foi mentira)…..e que só tinha transado com um ex namorado além dele no ultimo ano….”

Cafa > Olha, se o cara não for um bobo, é evidente que você tem experiência. Pega mal esse papo da inexperiência. Lembro-me de uma garota que eu sai anos atrás que tinha o mesmo hábito. A primeira vez que fomos para um motel, ela disse que nunca tinha ido a um e estava nervosa. Depois do fato consumado, fui pegar o telefone para pedir a conta, no que ela respondeu sem pestanejar que ali pagava-se direto na saída. Só faltou ela cumprimentar o caixa.

“Mas fiquei com medo dele ter ficado com a impressão que eu era rodada e desfazer a imagem de boa moça que tinha construído ao longo do dia”.

 Cafa > Hahaha. Você pode me dizer como criou essa imagem? Falando que ele era apressado e depois de 30 minutos estava trepada nele? Ou pelo fato de você ter achado desnecessário o dirty talking, mas ter guardado isso pra você?

“Ele fez planos pro fds, mas até agora não mandou msg ou ligou…

Então cafa?? Ele realmente acha que eu sou uma vadia e isso vai minar a chance de engatar um relacionamento legal ?”

 Cafa > Você conhece o cara há algumas horas e todas as pistas indicam que ele é tosco e agora tá pensando em “relacionamento legal”? Que porra é essa? Você está desesperada? Mas respondendo a sua pergunta, depende.

Como eu disse, o cara não me parece ser dos mais maduros. Logo, ele realmente pode achar que o fato de você ter dado de cara signifique que você é uma vadia. Por outro lado, se ele gostou da trepada, não haveria motivo para simplesmente te largar. Ele só relutaria em leva-la a sério e ai cabe só a você mudar a imagem. Só que sem joguinhos.

“Tipo… Eu não sou tão encanada quanto a sexo… sem falsa modéstia, sei que sou bonita e tals…. mas… já perdi algumas oportunidades de ter um relacionamento bacana pq não consegui segurar quando era mais nova… Hoje em dia eu evito situações que eu fique sozinha com o cara até o quarto encontro….”

Cafa > Você já deu a resposta: “pq não consegui segurar quando era nova”.  Você não é mais uma menina, ou pelo menos não deveria agir como tal.

Veja meu caso. Quem é leitora antiga sabe que eu sempre defendi o Segura o Tchan. Só que as minhas duas últimas ex, mesmo sendo leitoras, não seguraram e eu as pedi em namoro. Quando você conhece a pessoa melhor, logo saca se é tranqueira ou não.

“Eu sei que não sou vadia… basta conversar comigo 15 minutos pra perceber… não tenho postura de piriguete…. mas fiquei cismada… pq eu gosto de sexo… será que devo parecer mais tímida na cama com  o próximo cara? Vc acha que esse vai me ligar ??”

Cafa > Em 15 minutos no máximo você sabe se a pessoa é mongol, mas a índole dela é impossível. Isso leva tempo.

Enfim, você está buscando o que? Se continuar se portando como uma menina, só vai atrair menino. E sempre vai ficar com esses encanamentos existenciais e bobos do tipo “será que ele vai me ligar?”. Passe a ter uma postura de mulher e essas preocupações deixarão de ser um problema na sua vida. 

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Quer mandar a sua história para a sexta das leitoras? Não posso garantir que responderei todas, mas se for algo interessante e resumido, as chances aumentam. É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com

Retrospectiva – Mulheres que me marcaram

Mais um ano se passou, a musiquinha de final de ano da Globo tocou (com clipes cada vez mais bregas) e o Globo Reporter passou a retrospectiva 2015 com uma série de notícias negativas e algo bonitinho no final para trazer esperança em um ano que entra literalmente com gosto de ressaca pra muita gente.

É um bom momento para repensar os erros do ano que passou e traçar alguns objetivos.

Nessa vida boa que levei no último ano viajando pelo mundo, o que não faltou foi reflexão e objetivos traçados. Não tenho muito o que dividir aqui sem cair no lugar comum e mais do mesmo. Por isso, farei algo diferente. Uma breve retrospectiva sobre as mulheres que marcaram a minha vida.

Não entrarei no detalhe das mais importantes, que naturalmente são a minha mãe, irmã e avó. Além de outras que não tem muito cabimento falar aqui (como as professoras que tive).

Minha intenção é focar mais em relacionamento, pois as mulheres que fizeram parte da minha vida definitivamente moldaram a forma como passei a enxergá-los.  Focarei nas principais:

Poliana* – Foi o meu “primeiro amor”. Eu devia ter uns 15 anos na época e mal tinha beijado direito, mas pela primeira vez o encaixe foi perfeito e ela era meu número. Porém, Poliana era uma cachorra. Além de mim, ela pegava meu primo e um menino do prédio. Eu era o mais feio e franzino dos três, logo a última opção de Poliana. Nos conhecemos no litoral paulista, mas ela era de São Paulo assim como eu, os outros dois moravam no litoral. Quando subimos a serra, parece que o amor subiu também e passamos a nos corresponder por carta (me sinto um velho falando isso, mas ela não tinha ICQ. O que também não alivia minha idade).

Um dia marcamos de nos encontrar no shopping e ela levou uma amiga. Percebi de longe a menina cochichando e dando risada, já não era um bom sinal. Ela não me beijou em nenhum instante, foi rolar apenas quando entramos no cinema. Porém, nervoso em beijá-la, fechei os olhos e sem querer dei um beijo de língua no nariz dela. Virei piada, e ela não me beijou mais. Dias depois mandou uma carta pedindo que eu jogasse fora todas as outras e devolvesse as fotos que ela tinha me mandado. Queimei a porra toda. Nesse instante minha mãe ouvia Tim Maia e hoje me dá bode até de ouvir músicas como “Acende o farol’. Digamos que Poliana foi a que ajudou a cunhar o lado negro da força do Cafa.

Mara – O meu trauma com Poliana durou uns dois anos, o período que levou para o meu corpo ficar proporcional à minha cabeça (eu parecia o Fantástico Mundo de Bob) e eu passar de patinho feio para um pato apresentável (falar que virei um cisne seria prepotência e meio bichoso).

Conheci a Mara em uma das primeiras baladas que passei a frequentar. Ela não era meu número, na verdade era meio feia e magrita, mas tinha charme, beijava bem pra cacete e era carinhosa. Nunca namoramos, foi um daqueles casos que os dois se gostam, mas por circunstâncias da vida não fica sério.

Depois de anos infrutíferos eu finalmente chamava atenção das mulheres e achava bobeira me prender.

Nosso caso terminou uma vez que mandei pra ela um teste de mentira em que a pessoa preenche uma série de informações da vida sexual e o resultado vai direto pra quem enviou. Uma tremenda babaquice, mas algo de se esperar de um menino de 18 anos. De qualquer forma, descobri que a garota tinha taras de deixar o capeta envergonhado. Inexperiente e imaturo, me assustei com aquilo que li e nosso caso foi pro saco.

Anabela – Foi a primeira namorada que gostei de fato.  Na época eu tinha 23 anos. Na verdade ela foi a segunda, antes dela eu namorei outra, mas apenas porque estava cansado da vida boêmia e a garota era boazinha. O que me chamou a atenção na Anabela era sua atitude. Na primeira vez que ficamos eu estava brigado com a outra e assim que Anabela descobriu, disse para eu procura-la quando tivesse solteiro e saiu andando. Dia seguinte terminei com a primeira ex e comecei a sair com ela.

Anabela era uma boa jogadora. Conseguia me manipular de uma forma absurda, e por cair no jogo dela, eu tinha crises de ciúmes constantes. Naquela época eu tinha uma série de travas e sexo pra mim ainda era um tabu. Nossa primeira vez teve de tudo pra ser um desastre, com direito  a cachorra dela lamber meu saco (sem querer, claro). Porém, Anabela levava as coisas com tanta leveza que me ensinou a me soltar na cama. E foi com ela que minha evolução em quatro paredes  deu um salto.

Nosso namoro terminou porque eu não era maduro suficiente pra ela. Os  ciúmes só aumentavam, brigávamos direto e em uma das brigas ela apareceu na praia com o ex de mãos dadas. Uma ironia considerando a forma como nos conhecemos. Enfim, mais uma vez sofri pelos cantos, mais um calo ganhei, mais frio e racional me tornei a respeito de relacionamento.

Mafalda – Foi a última ex. Como já disse algumas vezes aqui, nosso relacionamento teve vários altos e baixos, mas o crescimento pessoal que tive nele foi absurdo. Antes de conhecê-la eu era um tremendo ogro. A ponto de no primeiro encontro sugerir que ela pegasse um táxi ao invés de eu dar carona, propor um jantar em um restaurante e acabar levando-a pra comer sanduiche de pão integral com queijo branco em casa. A pior foi dar um vinagre de Natal para a sua mãe (que é toda fina). Minha cara pinica de vergonha até hoje só de lembrar.

O maior aprendizado que tive nesse relacionamento foi que não existe regra em relacionamento. Você pode ter seus princípios, (pré) conceitos, verdades absolutas, mas quando começa a viver intensamente uma relação, você acaba fazendo coisa que jamais imaginaria, sejam elas positivas ou não. Digamos então que a racionalidade que eu adquiri com a Anabela foi adocicada quase dez anos depois pela Mafalda.

A Mulher Desconhecida – Geralmente após uma guerra há sempre menção ao soldado desconhecido. Aquele que ninguém sabe o rosto, mas que representa todos que lutaram e serviram ao país. OK, não estou em guerra, mas o que vale aqui é o conceito, da Mulher Desconhecida.

Dos meus 24 aos 28 digamos que foi a época dourada dos relacionamentos casuais. Penso em uma mulher que foi marcante, mas vários nomes aparecem na minha cabeça, nenhum individualmente forte o suficiente para me marcar. Porém, todas elas juntas foram fundamentais para eu aprender a lidar com mulheres, me conhecer melhor e evoluir como pessoa. Erra quem pensa que relações casuais não são construtivas. Errado, como diria o querido Raul, é ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Um excelente 2016 para vocês!

* Os nomes originais foram alterados para preservar a pessoa

Quando fui rejeitado

Certa vez pedi no Facebook sugestão de post para o blog e um assunto que teve bastante comentário foi para escrever sobre a vez que eu gostei de alguém e não fui correspondido e depois descobri o motivo.

Confesso que inicialmente o tema me pareceu um pouco bobo. Isso porque tenho minha autoestima mais elevada do que deveria e se gosto de uma garota, mas não sou correspondido, logo parto pra outra. É inútil chorar pelos cantos uma paixonite. Só que me dei conta que eu estava pensando apenas em casos superficiais em que basicamente a garota me achou feio, coxinha ou apenas um chato. Foi então que minha ex veio em mente. Nada como alguns anos para que uma relação seja analisada friamente.

Na época em que nos conhecemos, ela era antiga leitora, e na seção onde as leitoras podiam me adicionar no MSN (pelo menos não era ICQ), ela apareceu por lá e começamos a nos conhecer.

Ela não é muito fotogênica, mas o papo fluía bem e ignorei a questão da aparência, mesmo porque não havia nada de estranho nela. Como ela morava em outro estado, o nosso encontro foi apenas acontecer três meses após o primeiro contato online. E valeu a espera, pessoalmente ela era bem gata, rolou um baita encaixe de boca e o sexo foi incrível. Ela voltou para sua cidade e eu pensei comigo: “me fudi”.

Curiosamente o Orkut (pelo menos não era Fotolog) dela ainda tinha foto do namorado e muitas vezes ela simplesmente parava nossa conversa no meio, falava que precisava sair e sumia. Ignorei aquele fato e seguia conversando quando dava.

Fui umas duas vezes para a cidade dela e na terceira vez que ela foi para São Paulo, marquei jantar em um restaurante frufru e no final a pedi em namoro. Ela recusou dizendo que ainda era cedo e meu fim de semana foi pro saco.

Seguimos conversando por mais um mês e após esse período ela disse que recusou o meu pedido, pois tinha acabado um namoro recente, mas que estava envolvida comigo e blablabla e assim começamos a namorar de forma meio torta.

 Com um ano de namoro eu mal conhecia a família e círculo de amigos, que na verdade eram evitados e quase sempre fazíamos alguma viagem para outra cidade, quando eu ia pra lá. Além disso, ela começou uma pós-graduação em São Paulo que fez com que quase todos os finais de semana eu não precisasse ir até sua cidade. Na época eu achei aquilo um sinal positivo e até conveniente de não ter que me deslocar, mas na real eu ficava ainda mais longe do seu círculo social.

O celular (que dá até assunto para outro post) era um grande mistério, eu não podia olhar pra ele que ela morria de medo. E foi ele o estopim para o nosso namoro acabar.

Na verdade, com a insegurança que eu tinha passei a trai-la desde o primeiro ano de namoro. Isso foi deteriorando a relação, ainda mais quando ela descobriu. Porém, o golpe final foi quando descobri fuçando o celular dela que desde o começo ela se correspondia com o ex em mensagens afetuosas (além do bom senso) e desde o último ano de namoro eles passaram a se encontrar, inclusive no exterior.

Brigamos, voltamos, mas a relação já estava cagada. E na verdade, por mais que ela tenha sido intensa, com boas recordações e aprendizados, desde o início eu estava mais envolvido que ela e não tentava compreende-la. Ela foi estudar fora e nunca mais nos vimos.

Ninguém gosta de ser rejeitado e amar demais é pior que amar de menos. No meu caso eu definitivamente amei demais, ela de menos. Por mais que isso soe estranho para um “Cafa”, pode acontecer.

Hoje, olhando pra trás, o que ela se apaixonou não foi pela minha pessoa em si, e sim pela situação, experiência e o completo oposto do que eu era em relação a ela. Obviamente que as minhas escapadas não ajudaram para que eventualmente eu conseguisse fazer com que algo mudasse. Inseguro eu fiz merda e ao invés de entender o problema, busquei uma não-solução, e a consequência foi cultivar uma relação sem futuro.

Escrevendo sobre essa história, lembrei-me de um vídeo do David Foster Wallace (é longo, mas vale a pena) que basicamente (bem basicamente) fala sobre como nossa forma (egoísta) de pensar faz com que não nos coloquemos no lugar dos outros e passamos a nos fazer de vítima do mundo.

Essa incapacidade de entender o outro não fez com que eu fosse rejeitado inicialmente, mas depois de anos de relacionamento. O que foi muito pior.

Sexta das leitoras – Síndrome do Bom Partido

No blog antigo postei certa vez sobre a Síndrome do Bom Partido. Hoje, na Sexta das Leitoras esse perfil voltou a aparecer, e para agravar o cara é ainda é bonzinho.

“Conheci um rapaz no tinder maravilhoso,  educado,  inteligente,  respeitoso, rapaz família,  nossos assuntos fluíam perfeitamente a ponto de ficarmos batendo papo no whatsapp todos os dias e as vezes até quatro horas da manhã,  claro que,  em momento em que ele não estava no seu ambiente de trabalho pois tem um cargo de respeito no tribunal de justiça em um fórum do estado e sua função não permitia ficar no telefone”.

Cafa > Adoro essa expressão “cargo de respeito”, subentende-se que as pessoas em cargos abaixo possuem um cargo que não mereça respeito. Preguiça. Enfim, voltando a história..

“Ficamos saindo por um mês e todos os nossos encontros sempre foram programas de casal. Não sou nenhuma garotinha, já tenho até uma filha e já cansei de transar no primeiro encontro, mas com ele foi diferente,  durante esse (pequeno) tempo que ficamos saindo,  nunca fomos para a cama,  nunca nem se quer passamos a mão um no outro,  ficávamos apenas nos provocando pelo whatsapp com fotos”.

Cafa > Com ele foi diferente, o cara foi bonzinho e sofre da síndrome do Bom Partido. Retomo mais adiante.

“Acredito que  o tempo todo quis me mostrar que estava interessado em mim,  queria que eu percebesse que poderia esperar o meu momento,  já chegou até mencionar isso. Queria me provar que seu interesse era pessoal e não sexual e por isso não teve pressa de tentar transar”.

Cafa > Blablabla, credo, quanto lugar comum. Eu não sei porque as pessoas ainda possuem essa associação sexo = pecado. Qual o problema do cara ter atração física/sexual em você no primeiro encontro? Não é necessário uma maratona de encontros pudicos para provar que o interesse não é apenas sexo. Aliás, se for, e dai? Você mesma não falou que já transou de primeira? Com ele é diferente porque foi bonzinho ou por causa da Síndrome? Retomo mais pra frente (2). Hehe.

“Como mencionei,  tenho uma filha e ele sempre foi muito interessado em saber dela, dava até brinquedos.  Se importava com minhas notas na faculdade,  com tudo em minha vida.  Ou seja, ele estava nitidamente interessado””,

Cafa > Ou seja, ele virou o pai adotivo de ambas e se esqueceu de ser um pouco o seu homem.

“até q eu comecei a espanta-lo.  Sou uma mulher muito sincera e um pouco “ogra”,  no estilo pensei e falei,  acabo sendo muitas vezes grossa sem perceber.  Na última vez q nos vimos tivemos um pequeno desentendimento,  ele gostava de me falar sobre o trabalho dele,  as vezes até de me pedir opiniao pois sua função era entender os problemas das pessoas e assim julga-las. Estava a me falar sobre isso,  e então reclamou que no momento eu parecia distante,  parecia não estar me importando para o que ele falava,  e daí começou a também reclamar que eu nunca lembrava de nada que já havíamos conversado ou acontecido entre a gente,  tipo a data que nos conhecemos,  que seu pai ja havia estudado na mesma faculdade que eu,  que ele era quem mais me procurava,  etc,  etc,  etc”….

Cafa > Posso imaginar o quão de saco cheio você estava de ouvir problemas alheios. E no caso, se você não é advogada, pior ainda.

Eu tive duas ex-advogadas e dava certa preguiça quando elas começavam a contar seus processos, porém eu tentava prestar o máximo de atenção e memorizar algumas partes-chave do processo. Apesar de não dar a mínima para a história em si, eu sabia que comentar a respeito fazia com que elas se sentissem bem e por isso eu tentava ser um bom ouvinte.

Você subestimou a importância que isso tinha pra ele e achou um absurdo quando foi cobrada, mas se esqueceu de como ele se importa com você (e sua filha).

“Ficou reclamando como se eu ñ me importasse com ele,  e foi ai que minha sinceridade extrema entrou em cena.  Fui dizer ao cara que eu não precisaria estar com ele caso não quisesse, que estava lá pq queria”.

Cafa > Nossa, fiquei arrepiado com tamanha sinceridade e base argumentativa de um diálogo de Malhação.

“Cheguei a deslizar meu dedo no whatsapp querendo dizer que poderia estar com outra pessoa mas que estava com ele ali pq ele estava sendo importante para mim”.

Cafa > Por que você não mostrou todos os matchs que possui no Tinder? Ele ia te pedir em casamento.

“Cafa,  os olhos dele ficaram vermelhos se encheram de lágrimas,  não chorou, mas estava estranho.  Hoje vejo que minha atitude foi ridícula, mas na hora não vi maldAde,  e acredito que se um homem vier me falar que poderia estar com qualquer mulher mas que preferiu a mim,   eu iria gostar pois me sentiria importante”.

Cafa > Cara, quantos anos você tem? Para de ver um pouco novela e volta pra vida real. Falar é fácil pra caralho, dizer “eu te amo”, “to com saudade”, etc. Agora ter atitude, não. E atitude não são apenas palavras, mas gestos. Você deu a mínima para o que importa para o cara e ficou ultrajada, pois “poderia estar com outra pessoa se quisesse”.

Devolvo pra você a sua mentalidade. Prefere um cara que fala que poderia estar comendo um monte de mulher, mas você é a única ou pra um cara que te escuta, se importa com sua filha e não te trata como um buraco?

“O problema foi que acabamos brigando pelo mesmo motivo outras vezes mas até o dia em que ele resolveu não querer.  Nos afastamos,  corri atrás dele algumas vezes,  numa delas ele até me ignorou,  depois dessa vez eu sumi e então  se passaram 2 meses e eu fui como quem não quer nada puxar assunto, eis que ele me responde educadamente porém deixa o assunto morrer e ficamos sem nos falar por alguns dias até que do nada ele é quem puxa assunto se justificando o pq alguns dias atrás não falou mais comigo.  Falou que adoeceu e estava numa correria. Achei a justificativa bem mentirosa pois cansava de vê-lo online”.

Cafa > Ué, agora você não acredita nas palavras? De repente ele estava online falando sobre trabalho ou com a mãe. ¯\_(ツ)_/¯

“Enfim, mesmo que mentirosa,  por algum motivo ele quis vir atrás,  motivo esse que você como homem vai me dizer agora.

Ele voltou muito estranho,  só  sabe falar de sexo e a me mandar fotos nua”.

Cafa > Hahaha. Esse dai não sabe mesmo brincar.

“A super sincera aqui chegou a falar para ele que não iria rolar nada por enquAnto pois além de estranhar, estava achando que ele voltou só  para “terminar o trabalho” já que saiu de cena sem nem beliscar um pouquinho.  Ele na mesma hora disse que não faria isso comigo,  que isso não seria uma atitude correta,  que se afastou pq ficou bastante magoado e que se reaproximou por motivos que ele não sabia explicar mas que me achava uma menina legal,  engraçada,  simpática e inteligente mas que até hoje ainda não havia parado para pensar se ainda queria dar continuidade e iniciar a relação. Até cheguei a acreditar um pouco pois lembro que na época em que saíamos ele me contava que tinha uma menina que saía antes de mim que o chamava para a casa dela e ele não queria ir pois como não tinha interesse pessoal na menina, não achava certo e não curtia fazer sexo assim, só que as atitudes dele de agora só  me levam a  acreditar em querer sexo”.

Cafa > Ahhh, quando lhe convém você passar a valorizar as atitudes, né? Cadê a ~super sincera~ que acredita no poder das palavras?

Olha, sobre a “menina que chamava pra casa” talvez seja uma mentira boba pra te causar boa impressão.  Porém, se realmente for verdade que ele não acha certo transar com ela, estamos diante do Bom Partido bonzinho. E pelo pouco que você falou de você, não acho que esse seja o perfil de homem que curta. Talvez o sexo possa ser frustrante pra você.

“Tudo que conversamos leva para o lado sexual e ele não me procura mais como naquela época,  eu que sempre tenho que puxar assunto,  vai dormir e não me dá uma boa noite,  acorda e não me da bom dia”.

Cafa > Ai. O cara não precisa virar um porteiro de prédio pra mostrar que gosta de você, né? Entendo que antigamente a relação era outra, mas você fez besteira e agora desceu alguns degraus na consideração do cara. Não espere o mesmo tratamento.

“Enfim, acho que ele voltou com o intuito de transar pois afirmou que ainda estava sem sexo desde a época só que ao ver que ainda tenho sentimentos ele tá voltando a se afastar para não me usar e me magoar,  ou então ele está fazendo joguinho de conquista.  Acredito mais na primeira opção.  E você cada,  o que acha?  E o que eu posso fazer para conquista-lo de novo”?

Cafa > Como eu disse, esse cara me parece um dos casos de Síndrome do Bom partido com doses de lerdeza.

A Síndrome do Bom Partido acomete homens aparentemente perfeitos. O cara tem um ~emprego de respeito~, é bonito/gostoso, independente, culto, valoriza família, gosta de crianças/bichinhos, beija bem, etc etc. Ai quando a mulher está diante desse exemplar, a matemática cerebral/sexual simplista entra em ação. Com a intenção de também se mostrar a mulher perfeita, uma das primeiras atitudes que vem em mente é “Não vou dar fácil pra esse cara, pra ele não achar que sou uma vagabunda”. E ai fica na apunhetação de infinitas saídas até que role algo ou o cara encha o saco.

Quando eu me enquadrava no quesito Bom Partido, cansei de ser acometido por essa síndrome. Depois que abandonei meu ~cargo de respeito~ e levei uma vida errante, fui curado.

Nosso amigo da história tá lascado, pois além de estar rotulado nessa categoria, ainda é bonzinho. Os bonzinhos, como o nome já diz, são bons moços, acreditam que respeitar uma mulher é não ter vontade de penetrá-la. As vezes preocupam-se tanto em ser bonzinhos que esquecem de ser homens na hora que a testosterona precisa dar as caras. Por isso que eu comentei a respeito do sexo. Você está fantasiando um cara perfeito sem nunca ter ido pra cama.

O problema do cara é que quando tentou mudar a sua imagem, ele já estava carimbado e ai as iniciativas para bancar o sensual foram frustradas.  

Para ele tentar se reaproximar com o intuito apenas sexual, depois do que você falou, é que realmente a sua imagem despencou com ele depois que da asneira que falou do Whatsapp e o discurso infantil do “estou-com-você-porque-quero”. 

Para você mudar o jogo vai ser difícil, pois terá que reconstruir a sua imagem. E tenho lá minhas dúvidas se consegue. De qualquer forma, você precisa ter mais atitude. Por que não enviar uma cesta de reconciliação com algumas coisas que ele goste (cerveja, vinho, castanha, cd do Tim Maia, sei lá) e uma carta escrita a mão para irem tomar uma cerveja em algum lugar.  Todo mundo ama presentinho depois de um dia cansativo no trabalho e carta escrita a mão mostra atitude.

Agora, se tudo isso der certo, a bola está com você para que realmente entenda que construir uma relação vai além de diálogo.

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Quer mandar a sua história para a sexta das leitoras? Não posso garantir que responderei todas, mas se for algo interessante e resumido, as chances aumentam. É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com