Cafa-mor, o retorno.

Em 2011, encerrei a minha participação no antigo Manual do Cafajeste dando espaço a dois novos escritores para ficarem no meu lugar e um ano depois fechei o blog em definitivo.

O principal motivo para essa decisão foi que a minha vida pessoal e profissional evoluíram a passos mais largos que o blog, e naquele momento eu tive que optar por algo que pagasse as minhas contas e proporcionasse uma relação séria. Infelizmente, o blog não me dava nenhuma das duas. Bem, na verdade ele me fez conhecer a minha ex, mas ele não podia coexistir com ela como namorada.

Sem tempo para cuidar da editoria do blog e com outras prioridades, achei que o melhor caminho fosse encerrar (talvez) no auge.

De quatro anos pra cá um furacão passou pela minha vida. Algumas situações e experiências (que não são poucas) eu contarei ao longo do blog, mas farei um resumo para que vocês entendam o que rolou comigo nesse período. Eu divido a mudança em três grandes blocos.

A primeira foi pessoal. Eu estava virando um trator, trabalhava de madrugada e final de semana, atropelava funcionários, racionalizava relações, brigava com amigos/familiares e só pensava em alcançar metas. Eu mal curtia o caminho, estava sempre indo atrás do pote de ouro no final do arco-íris que quando alcançado era pouco celebrado e no dia seguinte vinha outro substituí-lo. Não era incomum ter crises de ansiedade e ameaças de depressão. Resolvi ir numa psicóloga.

Esse foi um dos melhores investimentos que fiz. Obviamente que há coisas que você não muda depois de velho, como a minha rabugentisse, mas consegue perceber suas fraquezas, controlar impulsos e evitar situações que geram atritos e sentimentos ruins.

A segunda foi meu último relacionamento. Esse posso dizer que foi completo, teve aquela explosão inicial de química, saudade, brigas e reencontros, que ambos cresceram com seus erros e evoluíram como pessoa. Ele (o relacionamento) me fez engolir uma série de preconceitos, de verdades absolutas e passar por situações únicas, tanto boas como ruins. Porém, como a maioria dos relacionamentos, durou o tempo que deveria e morreu. E a melhor forma de saber se foi bom são os anos. Quando é uma porcaria, você pensa “Puta merda, como eu pude perder meu tempo com aquele traste?”, a pessoa simplesmente não te adicionou nada, às vezes você sai pior que entrou. Mas quando é bom, você lembra com carinho (não confundam com vontade de reatar) e compara você antes e depois e pensa: “Porra, valeu a pena”.

A última foi profissional. Essa foi a mais recente e delicada.

Bom, eu já quis ser vários extremos nessa vida. Tentei ser piloto de avião, mas não rolou pois meu pai não tinha condição de pagar o curso e tampouco todas as horas de vôo. Então, tentei ser engenheiro de computador, porém no segundo dia de aula na faculdade eu queria engolir o mouse e me matar. Desisti em seis meses. Quase virei oficial da polícia militar, mas bombei no último exame, o psicológico (juro). Acabei parando na publicidade como segunda opção e (acho) que me encontrei.

Em 2006, eu estagiava numa multinacional que me dava um salário e bolsa bacanas, mas que depois de dois anos já não me dava tesão algum, pois não aprendia mais nada. Fazia um trabalho de macaco que só era suportado pela grana. Tomei a decisão de arriscar tudo e trabalhar numa empresa que seria o primeiro funcionário e ganharia quase metade do salário anterior. A diferença é que eu acreditava no negócio. E a aposta deu certo.

Em 2013, ela virou uma das maiores do Brasil no seu segmento e evolui com ela. Só que eu não me sentia mais útil e crescendo, novamente uma zona de conforto foi criada e suportada por um salário. Dormia estressado e acordava sem vontade alguma de ir ao trabalho. Senti que meu ciclo tinha fechado e era hora de mudar. O problema é que eu não tinha ideia de onde ir. Então resolvi realizar um sonho e fui dar uma volta ao mundo, que acabou semana passada.

Os próximos passos? Talvez eu lance um livro sobre a viagem, o meu diário está bacana. Talvez eu recomece do zero em outro país. Ainda não sei. Aprendi que a vida não é um script fechado que nos é dado desde que nascemos: Estude, tenha um emprego, compre um carro, apartamento, case, tenha filhos e morra rico. Digamos que ela talvez seja um script de novela da Globo. O diretor traça tudo bonitinho como vai começar, desenrolar e terminar. Porém, depois de cinco episódios, a audiência tá achando a novela uma merda e ai o diretor precisa fazer mudanças para que a coisa melhore. E talvez o final não seja como ele tenha imaginado, mas muito melhor que o original. Nesse momento reescrevo meu script.

Enfim, não quero fechar esse post parecendo um livro de auto-ajuda, mas quis compartilhar o tanto que minha vida mudou nos últimos quatro anos e isso influenciará meus posts daqui pra frente.

Dividi o blog em três categorias de assuntos (Relacionamento, Sexo e Lazer), a única novidade é “Lazer” onde farei alguns posts sobre viagens, restaurantes, comida (tornei-me um bom cozinheiro), vinhos, livros e qualquer outro assunto ligado ao tema. O formato do blog está ainda aberto, não sei com que frequência atualizarei, se convidarei outros escritores, se adicionarei mais colunas ou não. Vou mudando ao longo do caminho, é mais divertido. =)

Bem vindas de volta!