Pessoas interessantes e inconvenientes

Quem acompanhou o blog na primeira fase sabe das desventuras que eu passava saindo com algumas improváveis. Lembro-me de que após os posts sempre apareciam leitoras que agradeciam as risadas, mas me perguntavam quais características faziam uma mulher interessante pra mim, já que eu só relatava estrupícios.

Como eu sempre falei, é mais fácil criticar o que não parece certo a enaltecer o que é bom. Porém, dia desses, batendo um papo com o pessoal do trabalho e amigos online, me dei conta de alguns assuntos e comportamentos que tornam pessoas interessantes ou simplesmente inconvenientes.

Listei alguns:

 

Espontaneidade – Talvez uma das melhores qualidades que vejo nas pessoas que me relaciono. Hoje, todo mundo tem que ser engraçadão, inteligente, simpático, sociável, delicado e tal. Só que é impossível aglutinar tantas qualidades em uma pessoa só. Há mulheres que não são engraçadas, há homens antipáticos. Nenhum problema nisso. O problema é querer mostrar-se com uma pessoa sem defeitos algum e no final da noite parecer um robô.

Tem um cara no meu trabalho que sempre está reclamando de algo, mas é tão natural como sai a reclamação que acaba sendo divertido conversar com ele. Tem uma portuguesa que está sempre acelerada, toda estabanada a coitada, mas é o charme dela, e o que a torna única.

 

O fagocitador de assuntos – Na minha opinião, um defeito intolerável de uma pessoa “normal”. Tenho um parente próximo que o diálogo praticamente não existe, ele está sempre dominando os assuntos. Ao tentar introduzir os meus, ele se distrai fácil com coisas ao redor, não faz nenhuma pergunta e fica com aquele olhar atônito como se eu estivesse conversando com alguém hipnotizado.

A única exceção é quando ele utiliza o meu assunto para fagocitar o dele. Por exemplo, falo que meu trabalho está pesado, ele solta uma frase idiota de falsa compreensão (“ai que ruim”) e logo emenda: “Falando em trabalho, ontem meu chefe me chamou pra conversar e blablabla” (mais 10 minutos falando apenas dele).

 

Extremistas– O mundo está uma bagunça, é maluco do Trump nos EUA, o gorducho fogueteiro na Coréia do Norte, Lula e Bolsonaro como possíveis futuros presidentes no Brasil, exposição com piroca interativa, zoofilia…..é a casa da mãe Joana. Nesse cenário espera-se que as pessoas tenham opiniões fortes. Porém, assim como religião, evita-se trazer este assunto à mesa com desconhecidos, pois a chance de gerar stress é grande.

Mesmo com conhecidos, os extremistas conseguem ganhar a antipatia de qualquer um que não compartilha suas ideias quadradas e tolas. Tenho um amigo no Brasil que virou um extremista de direita a ponto de defender intervenção militar e controle migratório (como se isso algum dia fosse um problema em um país miscigenado como o nosso). Ou seja, virou um idiota (na minha opinião). Do outro lado tem uma inglesa que às vezes senta perto de mim e acredita que o socialismo seria a solução para as mazelas do mundo, mas que não abre mão de comprar sua roupa na Zara e financiar a exploração capitalista em países miseráveis como Bangladesh e Camboja.

O extremista não consegue ver nuances, é tudo branco ou preto. A conversa com essas pessoas vira aquelas mesas redonda insuportáveis de comentaristas de futebol, todo mundo é o dono da verdade e no final da discussão não se chega a lugar nenhum.

 

Detalhista – Aqui é importante diferenciar o detalhista do perfeccionista, o primeiro atenta-se às pequenas coisas, o segundo quer que elas sejam perfeitas.

A pessoa que se atenta a pequenos detalhes vai lembrar que você estava gripada semana passada e perguntar como está agora, perceberá que você cortou o cabelo, que está mais triste que o comum, que está usando um sapato bonito e por ai vai. Essa lembrança de pequenas coisas ganha muitos pontos no quesito empatia.

 

Levar-se a sério demais – Esse item está bastante relacionado com a Espontaneidade. Todo mundo tem defeitos, tropeça, derruba prato, solta pum, entra no banheiro errado, pede prato em restaurante fino e vem uma coisa intragável e por ai vai. O segredo das pessoas interessantes é saber levar seus deslizes com humor e não se levar tanto a sério. Rir de si mesmo mostra maturidade, segurança e bom humor, excelente qualidades em uma pessoa.

 

Vive no mundo online – Há pessoas que necessitam de auto-afirmação e mostrar que estão felizes e por cima, ai precisam postar cada momento no Facebook ou Instagram. Se nada acontece de novo para que ela gere um conteúdo alto-astral, vai lá e ressuscita uma foto da viagem passada com alguma frase babaca de efeito. Essas pessoas reduzem a chance de encontrar alguém bacana, pois estão sempre imersas em seus celulares em momentos de interação social como almoço, área pública (transporte, praia, parque, etc) e eventos. Isso sem contar em encontros que a pessoa deixa o celular em cima da mesa e a cada distração do parceiro, vai lá e dá uma fuçada nos últimos updates toscos do Snapschat.

 

Pouca-pilha – Esse da preguiça até de olhar. É aquela pessoa desleixada, que anda arrastando uma corrente tal qual uma assombração, falta viço pra tudo, parece que está na vida por obrigação. Você cumprimenta e recebe aquela mão-mole em troca, pergunta como está e recebe aquele fastidioso “é…vamos levando”. Qualquer assunto que puxa não dá continuidade, pois o pouca-pilha tem preguiça de iniciar uma conversação ou simplesmente não tem nada relevante pra acrescentar.

 

Sabe muito sobre um assunto – As pessoas mais interessantes que conheço possuem algum hobby ou conhecimento específico sobre algo que as torna únicas.

Não entendo um caralho de moda, quando saio pra trabalhar e minha namorada pergunta onde vou com uma camisa que parece um pijama e tênis de corrida, volto chateado para o armário e visto algo mais adequado, pois sei que ela domina essa área melhor que eu. Quando tenho dúvida sobre restaurantes, tenho um amigo que sempre tem uma opção na manga, outro entende tudo sobre história e perco bons minutos do dia absorvendo o que ele conta.

Você não precisa dominar todos os assuntos, mas tendo paixão sobre um já te torna especial.

 

Claro, os perfis que citei dizem respeito à minha opinião sobre pessoas interessantes e inconvenientes. Há casos, por exemplo, de homens pouca-pilha que ficam apaixonados por fagocitadoras de assunto, pois um não tem nada pra falar e a outra tem tudo.

O importante é saber identificar seus defeitos para arrumá-los ou utilizá-los a seu favor.

Vale a pena ler de novo – Sexta das leitoras – Baixar o nível ou ficar na seca?

Sei que estou em falta com vocês, mas nunca pensei que editar um livro fosse tão trabalhoso. Apesar de me divertir com as histórias antigas, leva tempo para reler, revisar e categorizar. Porém, acho que o resultado compensará, são quase 300 páginas de textos sobre sexo, histórias masculinas, dicas, histórias femininas comentadas, namoro, términos, etc.

Para compensar a ausência, publicarei uma “‘Sexta” das leitoras de 2010, que relendo hoje não mudo uma vírgula do que comentei. Vamos lá:

A leitora Edileuza me procurou angustiada, pois não sabia o que fazer (como 90% das mulheres que me procuram) com a escassez de homem interessante.

Ela é o típico caso de mulher que começa a ficar na seca e põe em xeque se não está sendo exigente demais ou chata.

“Eu sou uma curva de rio! Meu primeiro namorado dizia me amar, mas gostava de sair sozinho para “paquerar” (!?), do tipo “eu não presto mas eu te amo”.

Cafa > Não. Ele não te amava e me admira você ter um relacionamento com alguém com essa mentalidade. Na primeira já era pra botar o cara pra rodar.

Em seguida conheci uma cara  legal, inteligente, bem vivido e tals, mas ele morava em outra cidade e porque tinha um nível social altíssimo já viu, né? Claro que não deu certo! Ele até tentou me fazer de lanchinho, mas não cai na dele. Resolvi desencanar e ficar sossegada.

Cafa > Não entendi a relação do dinheiro e não dar certo. A pessoa ter muito dinheiro é ruim? Apenas se ela for uma ameba. Agora se ele te tratava como mais uma e não queria namoro, ai sim você fez certo em sair fora.

Desde então eu conheço alguém que parece ser legal, começamos a namorar,mas ai vejo que o cara não tem nada a ver! Ou o camarada fala “para mim fazer” e “estou brincano” e coisas do tipo e/ou quer casar daqui dois meses e ter filhos. Se não é isso acabo saindo com umas tranqueiras nada a ver que, ou usam drogas, ou bebem horrores…

Cafa > Nossa, quanto extremo. Em que boca de lixo você está saindo? 

Enfim, não consigo encontrar ninguém legal. Até já encontrei um cara bem legal, mas ele disse que a química não rolou apesar de ter ficado um bom tempo me perturbando querendo namorar…Não tenho nenhuma dificuldade para arrumar alguém, mas justamente o cara que eu escolho é uma tranqueira ou se o cara é legal “não rola química”. E tem mais: não consigo me apaixonar por mais ninguém! Não tenho mais paciência, mas ao mesmo tempo quero ter alguém. Por que será que eu arrumo caras tão diferentes? Será que estou  (sempre estive) em crise? hahaha. Beijos e obrigada!”

Cafa > A gente vê casais por ai aos montes, pessoas que terminam um namoro e já encaixam em outro, namoros começando com uma semana de relacionamento…enfim, parece que é muito fácil encontrar uma pessoa bacana e que o problema está em nós. E ai costumamos a nos perguntar, “será que estou fazendo algo errado?” “Será que estou sendo muito exigente?”.

De fato algumas vezes o problema é com a gente que não percebe que não existem pessoas perfeitas e completamente moldadas de acordo com os nossos gostos e vontades. Porém, o principal problema aqui (que na verdade não é problema) é que investimos demais em nós mesmo. Veja você (a leitora me contou seu histórico), foi estudar fora, deve falar várias línguas, ter um emprego bacana, fez mestrado, é bonita, blábláblá. E ai consequentemente o seu nível de exigência aumenta. Você sabe do valor que tem e um cara que fala errado é simplesmente inaceitável. Aquele que te trata como uma qualquer e vai pegar maloqueira na balada que mal tem fluência no português, também não merece você.

Enfim, filtros vão sendo criados e ai o número de homens que te agrada reduz drasticamente. E qual a solução? Baixar o seu nível para não ficar sozinha ou continuar buscando alguém bacana? Eu sugiro a segunda opção. Você não nasceu incompleta, não precisa de alguém que te complete e sim que some.

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Quer mandar a sua história para que eu (talvez) comente e publique? É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com; Caso queira manter o sigilo e ter certeza que sua história será comentada contrate o Cafa Responde (máx de 2 páginas / arial 12).

Vale a pena ler de novo – Dia das leitoras – Fantasminha do prazer

Assim como o post anterior, a história abaixo eu não iria publicar no livro, mas a considero leve e propícia para tirar um poco o peso dessa semana (e mês) que começaram tão pesados.

A história não tem muito o que comentar, apenas que quando a gente acha que já viu de tudo nessa vida sempre há alguém para mostrar o contrário.

Vamos à história da leitora:

“Eu estava saindo com um cara, até então nunca havíamos passado dos beijinhos (e se eu soubesse oque tinha por vir pararia por ai mesmo). Ele era um cara legal, conversa bem, simpático e blábláblá. Quando num belo dia…

Estávamos na casa dele e começou aquele pegada mais ‘forte’, pra começar olha o que o sujeito me faz: estávamos deitados na cama cobertos com um lençol, do nada ele levanta, vai até os pés da cama se enfia por debaixo lençol e vem subindo, vem subindo, vem subindo e quando ele chegou, colocou só o rosto pra fora e me solta essa:

“‘uuuuuuuuuh fantasminha do prazeeer!’  (¬.¬’) Quase tive um treco
quando ouvi isso, muito broxante! mas respirei fundo e deixei essa passar.

Quando chegou na hora H, eu ia ajudá-lo a colocar a camisinha, mas estranhamente ele não deixou, depois de um tempo enrolando pra por, ele me solta mais uma pérola:

“aaaah a camisinha ta grande” . Quando ele falou isso eu não aguentei, quase fiz xixi nas calças de tanto rir, minha barriga doía, eu nem conseguia falar, mas me fala como não rir numa situação dessas? Ele ficou indignado, falou um monte de asneiras pra mim e eu falei pra ele que não dava mais, que não ia rolar”.

Sou da opinião que quando as coisas saem um pouco erradas no sexo, é necessário descontração para não rolar traumas e gerar climão, mas esse cara passou do ponto, talvez por ser muito espirituoso ou apenas um idiota iluminado.

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O livro já está bem avançado. Creio que em um ou dois meses conseguirei publicá-lo 🙂

Retrospectiva – Fazendo um bootie call pra chamar um lanchinho

O post abaixo foi publicado por mim há dez anos, quando ainda tinha meus vinte e poucos anos. Foi um dos quais as leitoras pediram que eu colocasse no livro. Eu não iria publicá-lo, pois não é um dos meus favoritos, farei diferente e comentarei o meu ponto de vista hoje sobre o texto.

Então vamos à metalinguagem, Cafa responde ao Cafa:

 

“Esse fim de semana era mais um daqueles que eu não tinha grandes planos e no final acabou sendo bem produtivo.

Como de costume, estava na casa dos meu pais em Santos curtindo o fim de semana. Era sábado à noite e não queria pegar balada, logo fui à internet ver o que ela poderia me brindar.

Cafa > Naquela época, a única fonte online para conseguir uma saída casual eram sites suspeitos como Par Perfeito, salas de bate-papo do UOL e mais uma meia dúzia de páginas cheias de gente esquisita e problemática.  Quem reclama hoje do Tinder e Happn não sabe a treva que era há 10 anos ou já esqueceu.

Nunca me arrisquei naqueles sites, mas consultava a minha agenda eletrônica (MSN) onde estavam os contatos que tinha feito no mundo real, o risco era menor.

Apareceram 3 contatos interessantes de lanchinhos.

O primeiro era uma garota que conheci em Porto Seguro na minha formatura de colegial. Vez ou outra ela vem pra minha casa em sampa a pretexto de ver um filminho e no final é só sexo mesmo. Como estava no litoral, a chamei pra pegar uma praia comigo no domingo.

Ela estava bem a fim, mas precisava inventar uma boa desculpa pra mãe dela, pois já eram 23:00. Tentei ajudá-la, mas nada criativo surgiu e acabou não rolando. Parti pra segunda.

Cafa > Essa menina é um daqueles casos que com mais maturidade você pensa, que demônios eu fazia com ela? A menina era boazinha, mas uma porta a coitada. Sempre viveu encostada no pai, fez uma faculdade por obrigação social e sei lá que fim levou. Tivemos uma paixonite de uma noite de beijos à beira-mar na duvidosa cidade de Porto Seguro e o tempo fez com que pouca lembrança ficasse.

A segunda era a garota que tinha a tatuagem do ex (Rômulo) na lomba que conheci na balada. Depois de ver as novas fotos que ela postou no Orkut, digamos que me reacendeu a vontade de “revê-la”. Nem preciso dizer que ela topou na hora o convite, mas disse que iria demorar uma hora pra se aprontar e que gostaria de comer em algum lugar antes. Fiz as contas e não valeria a pena. Já tinha transado com ela, em casa não dava pra eu levar, pois meus pais

estavam lá, logo teria que pagar um motel. Ai veio a conta na cabeça “Restaurante + motel + figurinha repetida = muito desgaste. Bom, não dispensei, deixei na geladeira e parti pra terceira.

Cafa > Mais um caso que hoje eu penso, como consegui levar essa menina pra cama? A história com ela estará no livro, mas resumidamente ela enfiava o ex-namorado em quase todos os assuntos. E mesmo conhecendo mais sobre o Rômulo que ela, levei-a pro motel e na transa dei de cara com o Rômulo tatuado na lomba. Foi quase uma experiência homossexual de transar com Rômulo psicologicamente. Credo.  Eu deveria tê-la excluído dos meus contatos.

Essa terceira eu conheci na época da faculdade, mas nunca tivemos muito contato. Ela namorou durante 3,5 anos e depois de terminar, nesta semana voltou a conversar comigo. Já era uma da manhã e eu perguntei se ela não gostaria de ir até minha casa em sampa ver um filme (técnica-clichê, mas infalível). A garota é inteligente e logo se ligou das minhas intenções e disse que aquilo estava cheirando a bootie call (o ato de entrar em contato com uma pessoa conhecida em horários impróprios com o único intuito de transar).

Cafa > Essa garota exemplifica porque alguns relacionamentos não vão adiante quando somos mais novos. Eu não tinha cabeça alguma pra namorar naquela época, estava apaixonado pelo meu trabalho, acabado de conseguir minha independência financeira e dividia apartamento com um amigo (o aprendiz de cafa).

Essa garota era inteligente, trabalhadora e simpática. Tínhamos tudo pra dar certo, mas nos conhecemos na época errada. Ao invés de manter contato com ela, sair pra bater papo e tal. Chamei-a do nada no MSN na quase madrugada de Sábado e convidei-a para a Cafa-house. Tudo errado.

Enfim, depois de muito convencimento ela topou. Fui pra São Paulo as 2 da matina.

Engraçado quando as mulheres tentam se passar por castas nessa horas e falam “olha, mas não vai rolar nada viu”. Como se estivessem tentando convencer a si mesma que é uma santa. Com ela não foi diferente.

Cafa > Essa é uma mudança de comportamento feminino que vi nos últimos anos. Ou a hipocrisia de pagar de santa acabou ou passei a me relacionar com mulheres mais maduras. Não vejo problema de sexo no primeiro encontro, apesar de ainda achar que depende da circunstância. Uma coisa é começar no restaurante e terminar no motel, a outra começar na pista e terminar no banheiro da balada. Óbvio, cada um trepa onde quiser, mas o desenrolar do relacionamento pode ser diretamente afetado pela primeira vez.

Já em casa, como não tinha vinho, servi whisky mesmo. Não deu 3 rodadas de whisky pra começar os amassos quentes, não deu 3 minutos para eu cair na mesinha da sala ao tentar  “içá-la” no meu colo pra levá-la ao quarto. Nada que tenha broxado, mas foi uma situação um pouco constrangedora. O sexo foi ótimo (pelo menos na minha opinião), mas nunca mais nos voltamos a ver”.

Cafa > Como eu disse, essa era uma menina bacana, mas não me recordo como foi que perdemos o contato. Talvez, na minha cabeça de solteiro e com minha opinião forte a respeito de sexo no primeiro encontro, simplesmente a coisa foi esfriando, nem na famosa geladeira ela entrou.

Devo ter perdido outras oportunidades de me relacionar com mulheres mais interessantes como essa última, mas na fase que eu estava, só caiam (e ficavam) no meu colo Rômulos e Portas.

Dia das leitoras – Não foi ruim, também não foi tão bom assim

Nessa semana estava editando alguns posts antigos do blog para o livro e me deparei com algumas situações que naquela época pareciam relevantes, mas hoje são uma tremenda bobagem ou caíram no desuso (ligo no dia seguinte?) e outras questões que ainda vejo atuais.

Uma delas por acaso tem a ver com a história da leitora Zucleia que me escreveu aflita, pois o cara fala que curtiu, mas as atitudes mostram o contrário. Vou ajudar a decifrar esse enigma.

Vamos à história:

“Tem um cara que conheci o ano passado, através de um grupo de amigos do xaxado. No carnaval fomos (turma) a uma chácara e ele também estava no meio, durante a nossa estadia lá, ele me chamou a atenção, pela animação, brincadeiras e tal, sempre divertindo a galera. Ele estava com outra menina e me informaram que ali rolava algo, no mesmo momento fiz uma nota mental “É comprometido” ou seja, desencana.

Beleza.. depois dessa chácara a mesma turma organizou uma praia no feriado e me convidou, de inicio fiquei na dúvida se iria, me incluíram no grupo do Whats e com a interação de todos me senti segura pra ir e fui, pois acabei me sentindo a vontade. Quando estávamos lá, ele insistiu um beijo e acabamos ficando (não rolou sexo, não deixei), um detalhe que a “fulana” que estava com ele na chácara não foi nessa viagem, e antes de beija-lo perguntei sobre ela, ele me disse que não tinha nada, já tinham ficado, mas não rolava mais nada (não curto ficar com quem já esta com outra).

Quando voltamos pra nossa cidade rolou sexo e tal, foi gostoso. Depois disso ele se distanciou, não mandava mais mensagens e quando respondia era sem interesse, o que me deixou chateada, talvez por ter criado expectativas. Então deixei de ir atrás também. E pelo conhecimento que tenho sobre esse tipo de atitude, ele já não tinha mais o interesse.

Cafa > Pois bem. Vocês mulheres sabem o motivo, mas ficam tentando enganar-se, buscando explicações complexas e mirabolantes, quando a resposta é bastante simples.

“Gostoso” pra descrever sexo com alguém é meio morno, não me convence. Então, se pra você foi assim, imagino pra ele.

Quando o encontrava nos mesmos ambientes, ficava na minha, esperando que ele viesse se aproximar, mas ele só cumprimentava como se fosse outra pessoa qualquer, muitas vezes nem dançava mais comigo, o que me deixava triste e a energia baixa. Essa energia negativa entre nós rolou por alguns meses, acabei deixando de frequentar os mesmos lugares que ele, pra evitar esse desconforto emocional.

Cafa > Bom, mas você era mais uma pessoa pra ele. Em que momento virou algo diferente? No primeiro beijo? Quando transaram? A pessoa deixa de ser outra qualquer quando ganha espaço na vida do outro, você teve uma fração disso, não é porque trocaram fluídos que você ocupará um protagonismo na vida dele.

Essa energia baixa é criada apenas por você e isso só atrai coisa ruim ou repele as pessoas. Evite isso.

No final do ano, teve um festival numa praia, onde fui com amigas que também conheciam ele, ele foi também, com um grupo de amigos (as). De inicio quando o vi, fiquei desconfortável, mas estava tão cansada disso que desencanei, e foi bem legal, parecia que nada tinha acontecido e pudemos dançar, conversar numa boa, talvez o álcool tenha ajudado, ele queria ter ficado comigo, mas não quis.

Cafa > Veja só, quando tira a energia negativa, as coisas fluem com mais leveza.

Sobre o álcool, ele ajuda até certo ponto. Nesse caso, me parece que por falta de alternativa e embriagado, ele resolveu te atacar. Você fez bem em recusar.

Hoje a gente conversa numa boa, o que me intriga é que a maioria das nossas conversas são pelo whats. Pessoalmente a gente se vê pouco, só quando calha de ir ao xaxado e ele esta lá, porém acabamos dançando e conversamos com outras pessoas, então é um ambiente mais difícil para ter uma interação eu e ele.

Cafa > Ué, você espera vê-lo pessoalmente, mas como se apenas encontram-se quando os amigos combinam? Ele não te chama pra sair porque não te curte o suficiente.

Discordo que seja um ambiente difícil para ter uma interação, as pessoas que fazem a ocasião, não o inverso.

Já comentei com ele, que o que ele quer no momento é bagunçar (galinhar) e isso não é o que quero, ele diz que não é verdade, já vi ele com outras meninas, até mesmo com a “fulana” da chácara.

Cafa > Tai o tipo de assunto que as pessoas deveriam excluir do repertório quando estão conhecendo alguém. Você não é nada dele, não tem intimidade, não tem relacionamento.  Você pega a parte mais chata deste último (cobranças) e joga na cara do cidadão.

E você quer que ele fale o que? “Sim, você está certa Zucreia, eu to comendo geral”. Nenhum homem vai falar isso. Você está criando um peso nessa não-relação que não vai lhe trazer nenhum benefício.

Enfim, ele é legal comigo, é um cara que namoraria, pois vejo qualidades, porém sempre penso que ele só quer sexo, que não quer namorar agora ou comigo, porque acho que namorar todo mundo quer. Ele já teve um relacionamento de 15 anos e tem um filho, as vezes penso que ele esteja querendo curtir o que não curtiu em 15 anos.

Cafa > É possível, mas eu acredito que quando você encontra uma pessoa especial, não tem essa de “preciso estar solteiro para aproveitar o tempo perdido”. Eu, por exemplo, no auge da minha fase de solteiro e do blog, terminei um namoro, achei que ia ficar anos na folia e meses depois já engatei outro.

Detalhe que o sexo só rolou dessa vez que contei, depois nunca mais, nem beijo, mesmo ele dando indiretas por mensagens. Nunca mais me chamou pra sair, mas fala que gostou do que rolou, que curtiu.

Não quero ser só mais um sexo, entende? mas se realmente foi bacana pra ele, porque não age? Me chamando pra sair.

Ele diz que sou legal com ele, que sou chata e legal ao mesmo tempo, que trocamos uma ideia legal. Temos intimidade pra conversar sobre tudo, até sexo.

Mas sinto que tudo isso não sai do “virtual”, fica só nas mensagens, queria algo mais ser real. Já comentei isso com ele.

Será que eu sou só mais uma marmita?”

Cafa > Você mal chegou a ser fast-food. Se realmente fosse boa a pegada entre vocês, ele te chamaria pra sair de novo.

Ele deve ter medo de magoar os seus sentimentos e dizer a verdade, que o encaixe com você não foi ruim, mas também não foi tão bom assim.

Talvez vocês ainda possam ter uma segunda chance pra ver se o encaixe rola. Porém, para de atazanar o cara cobrando fidelidade e atitude. Essa energia negativa só vai afastá-lo.

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Quer mandar a sua história para que eu (talvez) comente e publique? É só enviar para cafa@manualdocafajeste.com; Caso queira manter o sigilo e ter certeza que sua história será comentada contrate o Cafa Responde (máx de 2 páginas / arial 12).